
Um intrigante desenvolvimento em torno de uma obscura companhia aérea africana, chamada Magic Air, está chamando atenção internacional após a recente transferência de quatro aeronaves Airbus para Minsk, na Bielorrússia. Entre os aviões estão um A320 e três A330s, todos anteriormente ligados a uma companhia gambiana que nunca efetivamente iniciou operações.
Como informa o Aviacionline, a movimentação dessas aeronaves levanta suspeitas de que possam estar a caminho da Rússia, um cenário não incomum e em linha com os métodos utilizados pelo Irã para eludir sanções ocidentais.
A Magic Air, baseada na Gâmbia, mantém um véu de mistério. Apesar de possuir essas quatro aeronaves, a companhia nunca operou um único voo e seu website, lançado em agosto de 2023, permanece sem informações concretas, exibindo apenas a mensagem enigmática “Em Breve”.
Não há detalhes sobre a história, propriedade ou planos futuros da empresa, o que aumenta ainda mais as dúvidas sobre suas intenções reais.
Os quatro aviões incluem um Airbus A320 com 19 anos de idade (número de série 2600) e três A330-200, cada um com cerca de 21 anos de uso (números de série 491, 509 e 525). Curiosamente, todos esses A330 foram anteriormente operados pela Sky Aviation do Líbano.
O A320, que também chegou a Minsk, possui um histórico similar. Ele foi inicialmente utilizado pela Jetstar Airways na Austrália em 2005 e, a partir de 2014, ou a integrar a frota da Bangkok Airways, sendo armazenado em 2020. As frequentes mudanças de propriedade entre diferentes empresas, de HKAC a Avolon, e eventos de leasing frustrados, tornam a trajetória dessas aeronaves ainda mais nebulosa.
O mais curioso é que a Magic Air nunca trouxe essas aeronaves para Banjul, capital da Gâmbia. Em vez disso, os aviões permaneceram estacionados em aeroportos de Istambul-Atatürk, Cairo e Muscat. No entanto, na semana ada, em uma manobra coordenada, todas as quatro aeronaves partiram desses locais e aterrissaram em Minsk em questão de horas.
A movimentação das aeronaves foi reportada pelo canal russo de aviação Aviatorshina, com um dos A330, registrado como C5-TAC, partindo do Cairo em 16 de agosto, seguido pelo A320, C5-TAA, que saiu de Istambul em 17 de agosto. As transferências levantam especulações de que esta estratégia peculiar possa ser uma forma de adquirir planes e contornar as sanções internacionais que afetam a aviação comercial da Rússia.
Dado o contexto atual, é altamente provável que esses aviões continuem sua jornada até a Rússia, onde as entregas diretas de aeronaves para as companhias aéreas russas estão proibidas por causa da invasão da Ucrânia.
Este caso ecoa incidentes anteriores, como o do A320neo modificado que foi encaminhado para a Rússia via Muscat, ressaltando a necessidade de manter vigilância sobre as táticas que podem ser empregadas para burlar restrições internacionais.
A situação se desenrola como um enredo de espionagem moderno, com cada movimento de aeronave criado pela Magic Air sendo motivo de intensa especulação no cenário da aviação global.
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