
Um voo histórico, operado por uma equipe exclusivamente feminina, aterrissou na cidade sagrada de Mashhad, no Irã, no último domingo. O voo, conduzido em um Fokker 100 da Aseman Airlines e pilotado por Shahrzad Shams, uma das aviadoras pioneiras do país, transportou 110 ageiras em uma jornada significativa tanto para o setor de aviação quanto para a sociedade iraniana.
Denominado “Iran Banoo” (“Senhora do Irã”), o voo marcou a primeira ocasião em que uma viagem aérea para Mashhad, lar do reverenciado santuário de Imam Reza, foi composta apenas por tripulantes e ageiros do sexo feminino, como relata a mídia internacional.
Este acontecimento coincidiu com o aniversário do nascimento de Fatima al-Zahra, filha do Profeta Maomé, data comemorada como o Dia Nacional da Mulher/Mãe no Irã. A iniciativa ressalta o crescente envolvimento das mulheres no setor de aviação iraniano, onde, apesar dos avanços, as pilotos femininas ainda são minoria.
In a first, a flight with female engers and crew has landed at Mashhad International Airport of Iran.
— FL360aero (@fl360aero) December 22, 2024
Operated by the Aseman Airline, a women-only flight, with 110 elite Iranian women on board and piloted by Sharzad Shams, Iran's first female pilot, landed at Mashhad Hashemi… pic.twitter.com/wDnrVAnzsK
O progresso das mulheres nesse campo é ilustrado pela trajetória de Shahrzad Shams, reconhecida por seu papel inovador como uma das primeiras pilotos femininas do Irã. A façanha segue o legado de conquistas anteriores, como Neshat Jahandari e Forouz Firouzi, que em 2019 fizeram história como as primeiras mulheres a operar um voo comercial na República Islâmica.
Em um contexto diferente, o Irã também vivenciou recentemente a prisão da cantora Parastoo Ahmady, de 27 anos, após um concerto virtual no YouTube no qual se apresentou sem hijab, desafiando as rigorosas leis de moralidade do país. O concerto, transmitido sem restrições de vestimenta, atraiu rapidamente a atenção do público, apesar de o YouTube ser no Irã.
Este evento ocorre em meio a discussões contínuas sobre as normativas sociais no país, especialmente após declarações do Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, prometendo que a polícia da moralidade não “incomodará” mais as mulheres, em uma fala dada no segundo aniversário da morte de Mahsa Amini sob custódia.
Esses eventos refletem tanto o avanço quanto os desafios em curso na sociedade iraniana, onde as questões de gênero e liberdades individuais continuam a ser temas centrais de transformação e debate.