Foi grata a oportunidade voar em um dos aviões regionais mais avançados do mundo, onde pudemos apreciar e trazer a todos vocês as vantagens desse sucesso da Bombardier. De silencioso, rápido e eficiente, parece um jato.
Texto: Carlos Roman | Fotos: Carlos Roman, Luís Neves e Benito Latorre
Lembro-me de que era segunda-feira, dia 26 de Março de 2012, e o sol começara sua jornada poente por detrás das grandes cordilheiras, garantindo uma magnífica luz dourada de outono. Na base aérea de Pudahuel eram feitos os últimos preparativos para a maior FIDAE de todos os tempos e, ao norte, observávamos o deslocamento de uma pequena luz a alguns graus sobre o horizonte.
Mais próximo, e arredondado para um belo pouso na pista 17 esquerda do Arturo Merino Benitez, tivemos a melhor surpresa de fotografar a chegada de um novo e elegante turboélice Dash-8 NextGen Q400, vindo diretamente do Canadá onde é produzido pela Bombardier, com seis escalas no trajeto. Deixamos o aeroporto com o sentimento de dever cumprido naquele dia. Voaríamos nele na Quinta, 29 de Março.
O VOO
A ansiedade durou até o Jueves (quinta-feira em espanhol), quando nos apresentamos no stand da Bombardier para o check-in e briefing do voo, que tinha como atrativo o sobrevoo de uma hora sobre a indefectível beleza da Cordilheira dos Andes.
Procedimentos cumpridos e kit de boas vindas na mão, contornamos os pavilhões da feira e chegamos à aeronave de prefixo C-GLKU, onde fomos recebidos pelo capitão do voo. Ao adentrar, pudemos rapidamente perceber o espaço interno do Q400, com uma cabine alta e capacidade para até 80 ageiros. Nos acomodamos nas últimas fileiras, onde observávamos os Halcones se preparando para mais uma exibição.
O acionamento do motor foi mais uma surpresa, silencioso e suave. A aeronave possui um controle interno que absorve as ondas geradas pelos dois motores PW150A, neutralizando o sentimento de trepidação que ageiro pudesse ter. Uma inovação fundamental para aeronaves turboélices e muito eficiente, como pudemos comprovar in loco. Já voei em turboélices antes e posso dizer que senti a diferença que um sistema como esse pode proporcionar ao viajante.
Enquanto as instruções de segurança são readas, observo o bonito cartão de segurança da aeronave e um detalhe que me prende a atenção: a frase “The Quiet One” abaixo de Q400. Após o voo pude ratificar essa designação dada ao avião, de fato, silencioso para a categoria.
Todos à bordo, cinto afivelado e, pontualmente às 11 horas, fomos conduzidos à pista 17 direita, seguido por um MD-11 da Martinair. Aguardamos o pouso de um A320 da LAN e então chegou nossa vez. Com uma curta corrida e com o sentimento de estarmos voando um jato, decolamos num respeitável ângulo de subida e uma acentuada curva à direita, rumo ao litoral.
Alguns minutos e os avisos de atar os cintos foram desligados, dando início ao serviço de bordo, conduzido pela simpática comissária Julie e composto por chocolate belga com chá gelado. Nesse momento, toda a imprensa presente já estava em pé dentro da aeronave, conhecendo cada detalhe do turboélice enquanto que, lá fora, os Andes se descortinavam em tons e formas únicos e encantadores. Uma estonteante beleza, num voo a quase 350 nós e numa performance muito respeitável para um turboélice. O teto máximo de operação do Q400 é de 25 mil pés.
Recebemos todas as informações da aeronave e fomos autorizados a visitar a cabine de comando do Bombardier Dash-8 Q400 que contém os mais modernos aviônicos do mercado, inclusive preparado para aproximações CAT-III.
Mais uma curva à direita e iniciamos nosso retorno a Santiago. Hora de trocar experiências e apreciar a paisagem, inclusive observando a beleza do monte Aconcágua. O pouso em Santiago foi notadamente suave, com o procedimento de táxi até nossa posição inicial.
O Diretor-Geral da Bombardier para a América Latina, Pablo Bottacchi, me explicara as vantagens da aeronave para a região, inclusive para a operação em países de grande extensão territorial como Brasil, Chile, Argentina e Colombia, onde toda e qualquer vantagem de custos é bem vinda, haja vista a dependência econômica de fornecedores externos e também às oscilações do preço do combustível.
CONHEÇA A AERONAVE
Lançado em 2008, o Dash-8 Q400 NextGen (salienta-se aqui o termo Next Generation, já que há muitas novidades nessa versão) possui capacidade para 70 a 80 ageiros, dependendo da configuração interna.
O projeto da Bombardier está apoiado em três pilares: aeronave silenciosa interna e externamente, eficiente economicamente e com poucas emissões de poluentes, conferindo-lhe o apelido de “Confortavelmente Verde”.
Algumas das novidades dessa versão:
– Menor queima de combustível (de 1,5% a 2%) e melhor performance operacional
– Maior autonomia e velocidade
– Configuração em duas classes de serviço (executiva e econômica)
– Inovador sistema de oxigênio para emergências
– Aviônicos mais modernos e da mais alta sofisticação
Clique nas imagens abaixo para ampliar as especificações.
Baixe aqui a brochura com todas as características do DASH-8 Q400
ÁLBUM DE FOTOS