
Três anos após o trágico acidente de um avião da China Eastern Airlines, o regulador de aviação da China ainda não divulgou uma atualização sobre a investigação, deixando os parentes das vítimas e a indústria da aviação sem detalhes sobre a causa do desastre.
Em 21 de março de 2022, um Boeing 737-800 da China Eastern caiu em uma colina na região sudoeste de Guangxi, cerca de uma hora após a decolagem, resultando na morte de todas as 132 pessoas a bordo, tornando-se o pior acidente aéreo da China em três décadas.
A istração Civil da Aviação da China (CAAC) emitiu um relatório preliminar e duas atualizações anuais sobre o voo MU-5735, mas essas atualizações continham apenas alguns parágrafos e forneceram informações escassas.
A CAAC afirmou que liberaria informações relevantes com base no progresso da investigação. Contudo, em 22 de março, após o terceiro aniversário do desastre, os familiares das vítimas ainda aguardavam esclarecimentos sobre o que causou a queda do avião a partir da altitude de cruzeiro.
Tanto a CAAC quanto a China Eastern não responderam a solicitações de comentários sobre o caso. Diretrizes globais de aviação recomendam que um relatório inicial seja emitido dentro de 30 dias após um acidente e um relatório final, idealmente, dentro de um ano.
Caso contrário, os investigadores deveriam emitir declarações em cada aniversário do evento. Relatórios finais são ferramentas cruciais utilizadas pela indústria da aviação para ajudar na prevenção de novos acidentes, ao aprender com lições de tragédias anteriores.
Organizações de aviação expressaram preocupação com o número de relatórios finais atrasados ou inexistentes em todo o mundo, atribuindo isso à escassez de recursos de investigação, interferência judicial ou falta de vontade política para divulgar certos relatos.
A CAAC mantém que não foram encontradas falhas ou anomalias na aeronave ou nos motores antes da decolagem de Kunming em direção a Guangzhou, e que as condições meteorológicas e de comunicação estavam normais.
A tripulação possuía licenças válidas, tinha descanso adequado e ou em exames de saúde no dia do voo. A CAAC também afirmou que não havia condições climáticas perigosas ou mercadorias perigosas a bordo. Investigadores examinaram as ações da tripulação após constatarmos que não houve falhas mecânicas.
Em maio de 2022, o Wall Street Journal reportou que dados das “caixas pretas” indicavam que alguém havia intencionalmente causado a queda do avião, com base em uma avaliação preliminar de oficiais americanos. A CAAC anteriormente disse que especulações sobre o acidente “enganaram gravemente o público” e interferiram no trabalho de investigação do acidente.
Os legisladores chineses estão considerando mudanças significativas na lei de aviação civil do país, incluindo medidas contra a disseminação de rumores sobre a segurança da aviação, conforme afirmou a CAAC em fevereiro.
Usuários de plataformas de redes sociais chinesas como Xiaohongshu e Weibo notaram a falta de um relatório, com alguns comentando sobre o tempo decorrido sem resultados: “Três anos… sem resultados? Ninguém se lembra?” escreveu um usuário no Weibo. Outros expressaram a esperança de que o relatório fosse divulgado para fornecer uma explicação ao público e aos familiares das vítimas.
O silêncio da CAAC em relação ao desfecho da investigação levanta questões sobre a transparência e a responsabilidade no setor de aviação da China, especialmente em incidentes tão significativos que impactam a confiança pública nas operações aéreas.