
Trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos, rejeitaram a proposta apresentada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), representante da fabricante de aviões, referente à Campanha Salarial 2024.
A votação ocorreu em assembleia no primeiro turno, na madrugada desta terça-feira (24). Uma nova assembleia acontecerá na entrada do segundo turno, às 15h. Os metalúrgicos, que chegaram a discutir o início de uma greve durante a assembleia, decidiram aguardar uma nova proposta da direção da Embraer, antes de cruzar os braços.
Em negociação da Campanha Salarial com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, a Fiesp propôs alterar a cláusula social de estabilidade para trabalhadores com doença ocupacional e vítimas de acidente no trabalho.
A intenção dos empresários é acabar com a garantia de emprego até a aposentadoria para esses operários e oferecer apenas 21 meses de estabilidade a trabalhadores com doença ocupacional e 60 meses a vítimas de acidentes de trabalho.
A última convenção coletiva do setor aeronáutico foi assinada em 2017. Desde então, a Fiesp tenta alterar essa cláusula nas negociações com o Sindicato.
Por reajuste maior
A Fiesp propôs 5% de reajuste salarial, o que também foi rejeitado pelos trabalhadores da Embraer. O percentual corresponde a 1,29% de aumento real, além da reposição da inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos últimos 12 meses, que foi de 3,71%.
“Os trabalhadores da Embraer rejeitaram a proposta apresentada pela Fiesp e seguirão na luta por aumento real e reajuste maior no vale-compras e contra a retirada de direitos. Permaneceremos unidos e mobilizados, e uma greve não está descartada se a Embraer continuar inflexível”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros da Silva.