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Se implantadas, tarifas de Trump podem levar Airbus a priorizar clientes fora dos EUA, afirma CEO 1w4k2p

Imagem: Divulgação Airbus

Guillaume Faury, CEO da Airbus, declarou em uma entrevista à CNBC que a fabricante europeia pode priorizar as entregas a clientes não norte-americanos se as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interferirem nas importações da empresa no país. 1h6o6v

As novas tarifas que Trump pretende anunciar nas próximas semanas podem impactar não apenas a indústria aeroespacial, mas também seus fornecedores e outros setores.

Faury destacou que, caso enfrente dificuldades significativas para atender ao mercado dos EUA, a Airbus poderá ajustar suas operações e antecipar entregas a outros clientes que estão ansiosos por receber suas aeronaves.

“Temos uma grande demanda do resto do mundo, então, se enfrentarmos dificuldades muito significativas para fornecer aos EUA, também podemos adaptar nossas entregas para outros clientes”, disse o CEO.

Durante a apresentação dos resultados anuais da Airbus em Toulon, Faury afirmou que a empresa “não deve ser diretamente impactada pelas tarifas”.

Ele enfatizou que a Airbus realiza consideráveis negócios nos Estados Unidos, mencionando que a empresa opera, monta e desenvolve projetos no país de maneira semelhante a poucas outras companhias. “E acreditamos que tarifas nessa indústria seriam uma perda para ambos os lados”, acrescentou.

Vale notar que a Airbus investe anualmente cerca de 15 bilhões de euros em sua rede de mais de 2.000 fornecedores nos Estados Unidos, conforme informações em seu site. A fabricante, rival direta da Boeing, expandiu suas operações nos EUA nos últimos anos, com sua fábrica no Alabama empregando mais de 2.000 pessoas na montagem final das famílias de aeronaves A320 e A220.

Entretanto, a Airbus está enfrentando gargalos na cadeia de suprimentos, o que agrava desafios já existentes na indústria aeroespacial, como a escassez de trabalhadores qualificados. Apesar das ameaças de tarifas comerciais, a Airbus excluiu os potenciais impactos da regulamentação comercial das orientações financeiras de 2025 que revelou na quinta-feira, afirmando que se adaptará conforme necessário.

“Nós não tomamos ações significativas até agora… estamos mais em modo de espera e observação”, comentou Faury durante a teleconferência sobre os resultados da empresa, destacando que a fabricante está monitorando a situação enquanto se prepara para quaisquer mudanças que possam impactar seus negócios.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.