
Após o ministro dos Transportes da Espanha, Óscar Puente, confirmar perante o Parlamento que não pretende implementar um plano para estimular o crescimento do tráfego nos aeroportos regionais, a Ryanair emitiu um comunicado afirmando que essa falta de estratégia coloca em risco a competitividade dessas infraestruturas e afeta diretamente as economias locais.
De acordo com a Ryanair, a política de taxas aeroportuárias istrada pela Aena resultou na perda de tráfego em diversas terminais do país. A companhia aérea irlandesa argumenta que os incentivos atuais fracassaram em atrair investimentos por parte das empresas do setor e que, sem uma reforma nas tarifas, a tendência de queda no número de ageiros continuará.
Óscar Puente, segundo a Ryanair, “continuou vendendo o conto de fadas da Aena sobre falsos planos de incentivos que fracassaram repetidamente em atrair o investimento das companhias aéreas e o tráfego para os aeroportos regionais“.
Na terça-feira, 18 de fevereiro, o CEO da Ryanair, Eddie Wilson, reuniu-se em Valladolid com o conselheiro de Transportes de Castela e Leão, José Luis Sanz Merino, para discutir o impacto da redução das operações da companhia no aeroporto local. Durante o encontro, a Ryanair apresentou um plano de crescimento para Valladolid que havia sido enviado ao Ministério dos Transportes em janeiro e setembro de 2024. Segundo a empresa, esse plano não recebeu resposta do governo nem foi compartilhado com as autoridades regionais.
O projeto proposto previa um aumento de 250% no tráfego de ageiros em Valladolid em dois anos, desde que a Aena reduzisse as taxas aeroportuárias para incentivar o investimento de todas as companhias aéreas. No entanto, diante da falta de resposta do ministério, a Ryanair decidiu reduzir sua presença em oito aeroportos regionais, incluindo Valladolid, por considerá-los comercialmente inviáveis.
Segundo a empresa, a Aena também não ofereceu explicações às autoridades locais sobre o funcionamento de seu esquema de incentivos nem propôs medidas concretas para reverter a queda no tráfego aéreo desses aeroportos.
“O ministro Puente agora preside a perda de 800.000 ageiros neste verão e, a menos que tome medidas para tornar os aeroportos regionais competitivos, esses aeroportos na Espanha entrarão, infelizmente, em uma espiral de declínio, com uma inevitável redução ainda maior de ageiros”, afirmou a Ryanair, como reporta o portal parceiro Aviacionline.
A companhia aérea questionou o fato de que, enquanto os aeroportos regionais perdem tráfego, a Aena continua investindo fora da Espanha, em projetos no Brasil, no Caribe, na Colômbia e no Reino Unido.
A Ryanair instou o governo espanhol a adotar um esquema de taxas aeroportuárias mais competitivo, semelhante ao aplicado em outras partes da Europa, com o objetivo de fortalecer a conectividade, impulsionar o turismo e evitar a perda de empregos nas regiões. “Os aeroportos regionais são uma parte vital da infraestrutura espanhola, e a Ryanair tem um plano para apoiar as economias regionais, mas, lamentavelmente, o ministro Puente não tem nenhum plano para as regiões”, afirmou a companhia.
A empresa reiterou que, sem uma mudança na política de taxas, os aeroportos regionais continuarão perdendo ageiros, rotas e oportunidades de crescimento.