Nova Delhi, Índia – As mudanças na densidade populacional do Japão levaram a All Nippon Airways (ANA) a optar, pela primeira vez em sua história, por jatos brasileiros da Embraer. 1i6t1x
Historicamente, as companhias aéreas japonesas — especialmente a ANA e a Japan Airlines (JAL) — operam aeronaves de grande porte, incluindo Jumbos modificados, em rotas domésticas entre grandes cidades. Essas operações complementam o sistema ferroviário de alta velocidade Shinkansen, facilitando o deslocamento da população em um país pequeno em território, mas com alta densidade populacional.
No entanto, esse cenário está mudando. O Japão enfrenta uma taxa de natalidade em queda constante, com Tóquio registrando apenas 0,99 filhos por mulher — bem abaixo do índice de reposição populacional recomendado, de 2,1 filhos por mulher.
Com a previsão de redução da população economicamente ativa nos próximos anos, a ANA decidiu investir em aeronaves menores e mais eficientes. A estratégia foi confirmada por Shinichi Inoue, presidente da companhia, durante a Assembleia Geral Anual da IATA, realizada nesta semana na Índia.
“A eficiência é essencial para atender aos mercados doméstico e regional, considerando o futuro declínio populacional e o aumento da concorrência com outros meios de transporte no Japão. Os custos reduzidos (dos novos jatos E2) nos permitirão maximizar a receita e garantir a sustentabilidade financeira da nossa rede regional no longo prazo“, afirmou Inoue em coletiva de imprensa.
Atualmente, os jatos da Embraer já operam no Japão pelas companhias J-AIR (subsidiária da JAL) e Fuji Dream Airlines (FDA). No entanto, são aeronaves da primeira geração (E1), e ainda não foi anunciado um plano de substituição, embora se espere que os novos modelos E2 assumam esse papel no futuro. A ANA tem hoje encomendados 15 jatos Embraer E190-E2, com opção de compra futura para mais 10 aeronaves do mesmo modelo.
