
O cenário da aviação nos Emirados Árabes Unidos é peculiar, pois conta com a presença de duas companhias aéreas de bandeira: a Emirates e a Etihad. As duas compartilham o status de portadoras regulares da bandeira do país enquanto representam a nação internacionalmente. 3h2v61
O conceito de companhia de bandeira
A concepção de uma empresa aérea como portadora da bandeira nacional tem raízes históricas profundas. No início da aviação comercial, essas companhias geralmente eram propriedades estatais, ostentando orgulhosamente a bandeira nacional em suas aeronaves, literalmente “voando a bandeira” para vários cantos do mundo. Muitas vezes, em muitos lugares do mundo, esse ainda é o caso.
No Brasil, a VARIG deteve esse posto no ado e, ainda que houvesse outras empresas voando para fora do país e tendo sua relevância (como a Panair do Brasil, a VASP, a Transbrasil e outras), elas sempre eram vistas como “secundárias”, aceitando o posto da “pioneira” como a flagship brasileira. Depois que a VARIG se foi, a TAM assumiu em parte esse posto, mas hoje não é mais assim, com as empresas Latam e Azul disputando este posto, embora nenhuma tenha o mesmo status que a VARIG um dia teve.

No mundo, esse cenário não é diferente, inclusive a situação na qual mais de uma companhia aérea partilha do status de portadora da bandeira nacional é algo incomum.
No Reino Unido, por exemplo, enquanto a Virgin Atlantic já proclamou ser a “segunda transportadora de bandeira do Reino Unido”, a British Airways permanece sendo a transportadora oficial nacional, mesmo após o fim da propriedade estatal.
Já nos EUA, há várias companhias aéreas internacionais fortes, de modo que nenhuma poderia reclamar o status de companhia de bandeira, já que as três maiores deveriam ser, American Airlines, United Airlines e Delta Air Lines.
A exceção dos Emirados
Independentemente de existir ou não apoio ou propriedade estatal e exceções, na maior parte do mundo uma única transportadora de bandeira representa cada nação. Contudo, a exceção notável está nos Emirados Árabes Unidos, onde as companhias Emirates e Etihad compartilham o status de empresas portadoras da bandeira nacional.
A razão para essa singularidade remonta aos primeiros anos da unificação dos Emirados Árabes Unidos. Até 1971, as monarquias que formam o país eram independentes. Quando os sete emirados se unificaram em um único país, cada um manteve sua própria família real e seu caráter independente. Essa união estimulou a competição interna, além da colaboração entre os emirados.
O emirado de Dubai foi o primeiro a desenvolver sua própria companhia aérea. A Emirates foi fundada em 1985 e as atividades começaram em outubro do mesmo ano. A fim de competir com Dubai, o Sheikh Khalifa, Emir de Abu Dhabi, iniciou os planos de criação da sua própria companhia aérea. Assim, a Etihad foi fundada em julho de 2003, com voos começando em novembro.
Ambas companhias, Emirates e Etihad, compartilham hoje o status de transportadoras da bandeira dos Emirados Árabes Unidos e até competem entre si, mesmo que ambas tenham assinado em 2023 um memorando de entendimento concernente a um acordo de interline e de maior cooperação mútua.
De similar, ambas carregam o glamour a bordo, oferecendo algumas das melhores experiências de viagem aos seus ageiros.
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