População toma o aeroporto internacional de Caracas em protesto contra resultado eleitoral na Venezuela

A crise política e social na Venezuela atingiu novos níveis de tensão após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais. Na tarde desta segunda-feira, 29 de julho, dezenas de cidadãos se reuniram nas imediações do Aeroporto Internacional de Maiquetía-Simón Bolívar em protesto contra o que consideram ser um processo eleitoral fraudulento.

Vestidos de branco e portando bandeiras, os manifestantes exigiram transparência nos resultados, entoando palavras de ordem contra o regime de Maduro.

A proclamação de Maduro como vencedor tem sido amplamente condenada, tanto pela população quanto por diversos países ao redor do mundo, intensificando ainda mais o descontentamento popular.

A situação de ordem pública rapidamente se deteriorou. Os manifestantes não apenas bloquearam o o principal ao aeroporto a partir de Caracas, mas também fecharam rotas alternativas, como a estrada antiga que leva ao local. A ação causou um caos significativo no trânsito, prejudicando tanto viajantes quanto moradores locais.

Simultaneamente, outras áreas de Caracas também foram palco de protestos intensos. A autopista que conecta os bairros populares de Vale e Coche foi cenário de confrontos entre manifestantes e a Guarda Nacional Bolivariana. Os protestantes incendiaram pneus na tentativa de manter os bloqueios, aumentando ainda mais a desordem e a tensão.

Elvis Amoroso, presidente do CNE, defendeu a integridade do processo eleitoral, afirmando que a eleição ocorreu em um clima de respeito e paz, apesar das tentativas de gerar violência e ataques ao sistema eleitoral. Segundo os dados oficiais, Nicolás Maduro venceu com 51,2% dos votos, assegurando um novo mandato de seis anos que começará em 10 de janeiro de 2025.

Maduro enfrentou, nessa contenda eleitoral, o candidato da oposição majoritária, Edmundo González Urrutia, além de outros oito aspirantes. A proclamação dos resultados exacerbou as divergências políticas no país, fomentando um ambiente de maior polarização e conflitualidade.