O grupo de pilotos da Qantas que fará os voos mais longos do mundo votou a favor do novo acordo salarial que abrangerá os serviços sem escalas propostos entre a Austrália e os destinos de Londres e Nova York, informou a companhia nessa segunda-feira (30).
A decisão vem depois que a companhia aérea ameaçou contratar pilotos externos para operar os voos, em função da dificuldade em avançar nas negociações com seus próprios tripulantes.
Pedido adiado
Mesmo diante da aprovação do acordo, o ambicioso “Project Sunrise” da empresa está suspenso por causa da pandemia de coronavírus que devastou as companhias aéreas em todo o mundo.
A Qantas tinha um prazo final até este mês de março para fazer um pedido de bilhões de dólares junto à Airbus, para a nova frota de até 12 jatos A350-1000 adaptados para operar o que seriam os voos comerciais mais longos do mundo.
Porém, o executivo-chefe da Qantas, Alan Joyce, disse neste mês que a Airbus concordou em estender a janela em que poderia encomendar a frota de A350 para o final deste ano, em reconhecimento à incerteza criada pela COVID-19.
Acordo polêmico
A companhia disse que precisava que os pilotos concordassem com um novo acordo de pagamento que incluísse “benefícios de produtividade” para que o caso comercial do Project Sunrise se mostrasse viável antes que pudesse fazer o pedido.
Segundo as notícias da mídia australiana, nessa segunda-feira a companhia aérea escreveu aos pilotos confirmando que o novo acordo de negociação havia sido votado, com 85% de aprovação.
“Chegar a um acordo (…) significa que agora conhecemos o componente de operações de voo do caso comercial do Project Sunrise”, disse o piloto-chefe da Qantas, comandante Richard Tobiano, em um e-mail para os pilotos, visto pelo The Age.
Mas o presidente da Associação Australiana e Internacional de Pilotos, comandante Mark Sedgwick, disse que a votação só foi bem sucedida por conta do interesse de evitar que a Qantas traga pilotos externos para os voos do Project Sunrise.
Essa ameaça prejudicou o relacionamento entre a empresa e os funcionários, disse ele. “Este é um momento incrivelmente incerto para os nossos membros, com muitos desistindo de voar sem pagamento fixo, e sem um fim à vista”.
