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Pilotos de voo comercial discutem em voo sobre avião retornar por causa de fadiga

Divulgação – Delta

Um voo da Delta Air Lines no mês ado precisou dar meia-volta após um problema mecânico poder resultar em fadiga dos pilotos. Realizado por um Boeing 757-200, o voo DL-564 cumpre a rota de São Francisco para Nova York, na costa oposta. Normalmente, são quase 5 horas de voo na jornada que é chamada de transcon (porque atravessa o continente americano de costa a costa).

Porém, no último dia 6 de setembro, o voo partiu 2 horas e meia após o horário previsto inicialmente, decolando às 23h34 no horário local da costa oeste. Logo após a decolagem, soaram dois alarmes no avião: um de piloto automático desconectado, um de potência automática desconectada e outro de falha do termômetro de temperatura total (TAT).

Durante estes testes, os pilotos pediram para que o controle de voo os deixasse numa área próxima a São Francisco, já que estavam na dúvida se prosseguiriam o voo.

Seguindo os procedimentos, os pilotos da Delta realizaram o checklist condizente e conseguiram fazer o piloto automático funcionar novamente, mas não o controle de potência e nem o TAT.

Sem solução, os pilotos decidiram fazer uma chamada para o centro de controle de voos da companhia aérea, que é ível via rádio. Um mecânico e um despachante atenderam o voo e iniciaram um procedimento de reset dos equipamentos, ainda sem sucesso.

Voar sem o controle automático de potência não é algo proibido em aviões, mas aumenta a carga de trabalho, já que são necessários ajustes finos e constantes para manter a velocidade da aeronave de acordo com o programado no computador de voo, e também exige mais atenção dos pilotos na fase de descida e pouso.

Tendo isso em mente, junto do fato que o voo saiu bastante atrasado e que seria um voo longo, o Comandante do voo DL-564 decidiu informar à companhia que não se sentia seguro em seguir o voo, já que aumentaria a carga de trabalho num voo que aria por condições de formação de gelo na descida e durante o chamado período de baixa do ciclo circadiano, ou WOCL em inglês.

Durante este período, que para a maioria das pessoas é entre 02h e 06h da manhã, e sendo o maior pico entre as 03h e 05h, o sono é mais intenso e pesado, assim como o corpo se sente mais cansado se estiver acordado. É literalmente a hora em que é mais favorável para que a pessoa “pesque” e apague sem perceber.

A privação de sono neste período também é a mais danosa para o descanso no dia seguinte, tendo grande efeito no ciclo circadiano da pessoa.

Citando verbalmente a palavra fadiga, o comandante conversa com o piloto responsável no centro de controle de voos, e afirma que não irá prosseguir com o voo.

Uma rápida discussão se inicia, com o piloto em solo afirmando que “você não pode falar que está com fadiga em voo”, argumentando que o comandante está em condições de voo e teve um problema mecânico.

O comandante, por sua vez, insiste, falando que não se sente confortável e que entrará em fadiga. O piloto em solo responde novamente afirmando que ele não poderia estar pilotando fadigado, mas sim que estaria para entrar numa condição favorável à fadiga caso o problema mecânico persista. Após algumas argumentações de ambos os lados, é decidido que o 757-200 deve voltar a São Francisco e pousar com sobrepeso.

Porém, ainda durante a aproximação, um instrumento de navegação do Boeing 757 apresenta problemas e eles precisam descontinuar o pouso, para então, na segunda tentativa, finalmente pousarem em São Francisco em segurança, em torno de 1 hora e 10 minutos após a decolagem.

Toda a conversa entre os pilotos e o controlador de voo, assim como com a companhia aérea, foi gravada e está disponível abaixo:

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Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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