
Um ex-piloto da United Airlines, o brasileiro Romullo Silva, que processou a companhia por difamação após ser acusado de um erro durante a aterrissagem de um Boeing 767, teve sua ação judicial rejeitada por um juiz federal.
Silva buscava mais de US$ 100 mil em danos, alegando que a United o transformou em bode expiatório pelo acidente, fazendo declarações falsas à istração Federal de Aviação (FAA).
O incidente, que ocorreu em 29 de julho de 2023, envolveu o voo UA-702, que partiu de Newark com destino ao Aeroporto Internacional de Houston, transportando 193 ageiros.
Durante a aterrissagem, o avião sofreu um impacto severo, gerando choques que equivaleram a 1,4g e 1,6g nas rodas do nariz, resultando em danos significativos à fuselagem do lado esquerdo da aeronave.
Após a aterrissagem, a United decidiu retirar o avião de operação imediatamente, enquanto engenheiros avaliavam se seria viável repará-lo.
A fuselagem foi consertada após um processo que durou sete meses. Durante esse tempo, Silva foi afastado de suas funções de voo e, quatro meses após o acidente, foi submetido a um teste de habilidades em simulador, que ele acabou não conseguindo ar. Como resultado, sua demissão foi formalizada.
Silva itiu que estava pilotando a aeronave no momento do acidente, mas alegou que a responsabilidade pela aterrissagem problemática deveria recair sobre o comandante, que não armou o freio de velocidade.
A United, no entanto, relatou à FAA que Silva era o “Piloto em Comando” (PIC). A “declaração falsa” teria afetado negativamente a capacidade de Silva de conseguir emprego em outras companhias aéreas, conforme alegou seu processo.
A United solicitou um julgamento sumário para derrubar a ação, e na semana ada, o juiz do tribunal, William J. Martini, decidiu a favor da companhia aérea. Martini concluiu que, embora a United tenha informado à FAA que Silva era o PIC, não havia como saber se a FAA divulgaria essa informação para futuros empregadores ou se o relatório tornaria Silva inelegível para emprego em outra companhia.
Atualmente, a aeronave envolvida no acidente, com registro N641UA, continua a operar para a United Airlines. Embora reparos extensivos como esse sejam incomuns, não são inéditos; em 2019, um Boeing 757 da Delta Air Lines sofreu danos semelhantes após uma aterrissagem dura, mas foi consertado e voltou ao serviço em apenas quatro meses.