
A Lufthansa está considerando registrar seus aguardados aviões Boeing 787 Dreamliner na Suíça como forma de contornar o ime tarifário entre os Estados Unidos e a União Europeia.
A medida surge diante das dificuldades enfrentadas pela companhia aérea alemã para importar diretamente as aeronaves para a Alemanha, devido às tarifas retaliatórias impostas no contexto do conflito comercial iniciado durante o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
De acordo com o aeroTELEGRAPH, a Lufthansa, que aguarda a chegada dos novos Dreamliner, já deveria ter recebido algumas das 15 unidades encomendadas da versão 787-9.
Essas aeronaves, atualmente armazenadas em Charleston, na Carolina do Norte, ainda não foram entregues por falta de uma certificação dos novos assentos adquiridos pela empresa alemã. Mesmo com essa limitação, a companhia planejava colocá-las em operação nas rotas de médio curso a partir do verão europeu.
Contudo, a possibilidade de que os aviões sejam taxados em até 200% caso entrem diretamente na União Europeia tem levado o grupo a reavaliar suas opções logísticas. A Suíça, que não faz parte do bloco europeu e até agora não adotou medidas retaliatórias contra os EUA, surge como alternativa estratégica. Ao registrar inicialmente as aeronaves em território suíço, o grupo poderia reduzir significativamente os custos de importação.
A iniciativa se beneficiaria da estrutura multinacional da Lufthansa Group, que já mantém operações em diferentes países e possui participações em companhias fora da Alemanha, como ITA Airways e, potencialmente, Air Europa e TAP. A diversidade jurídica e territorial do grupo pode, assim, se transformar em uma vantagem operacional em tempos de incerteza comercial.
Ainda não há confirmação oficial da Lufthansa sobre a adoção da estratégia via Suíça, mas o cenário está sendo analisado internamente, conforme revelou a imprensa alemã. Caso seja viável, os Dreamliner poderiam ser transferidos posteriormente para registro na Alemanha, já integrados à frota operacional.
A medida mostra como o ambiente globalizado da aviação comercial exige não apenas logística eficiente, mas também sensibilidade geopolítica e jurídica para garantir a competitividade.
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