
As relações diplomáticas entre Índia e Paquistão há muito são tensas, mas, nos últimos anos, essa tensão vinha se mantendo relativamente contida — até agora. Um ataque ocorrido na última terça-feira (22), na região da Caxemira controlada pela Índia, deixou pelo menos 26 mortos e reacendeu o conflito entre os dois países.
A Índia acusou o Paquistão de não fazer o suficiente para impedir que militantes fortemente armados realizassem o ataque em seu território, o que resultou em uma séria ruptura diplomática entre as duas nações.
Como resposta imediata ao ataque, a capital indiana de Nova Delhi impôs uma série de sanções contra Islamabad, que, por sua vez, adotou contramedidas com o objetivo de aumentar a pressão diplomática sobre a Índia, conforme detalha o PYOK.
Uma dessas medidas foi o fechamento imediato do espaço aéreo paquistanês para qualquer companhia aérea de propriedade indiana ou com base na Índia. A restrição foi comunicada por meio de um NOTAM (aviso aos navegantes) que entrou em vigor nesta quinta-feira (24) e permanecerá válido até 23 de maio — embora essa data possa ser alterada.
Grandes companhias indianas como a Air India e a IndiGo já alertaram que as restrições poderão impactar significativamente seus cronogramas de voos, especialmente nas rotas com destino à Europa e ao Oriente Médio, que tradicionalmente sobrevoam o território paquistanês.
Voos partindo de Nova Delhi devem ser os mais afetados, tendo que alterar suas rotas para o sul e se afastar de seus trajetos originais a fim de evitar o espaço aéreo do Paquistão.
Por ora, as restrições se aplicam apenas às companhias indianas. Transportadoras estrangeiras que operam voos de ou para a Índia ainda poderão utilizar as rotas mais eficientes, inclusive ando pelo espaço aéreo paquistanês.
Não há previsão de quanto tempo essa medida permanecerá em vigor. A última vez que o Paquistão impôs restrições semelhantes ao tráfego aéreo indiano foi em 2019 — na ocasião, o fechamento durou quase cinco meses.
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