
Garantir a segurança das aeronaves em todas as fases de voo. A partir dessa premissa, mais de 200 homens e mulheres do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), unidade aérea do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), atuam diariamente para aferir todos os sistemas de auxílio à navegação aérea, assim como os procedimentos de navegação em uso no espaço aéreo brasileiro.
Seu trabalho acaba chamando atenção quando alguma de suas aeronaves a horas circulando a baixas alturas nas proximidades de aeroportos e faz diversas aproximações, rasantes e arremetidas, para captação e aferição dos sinais dos instrumentos de auxílio à navegação aérea.
O dia 21 de fevereiro marca, desde 1959, a realização da primeira inspeção em voo no Brasil, com tripulação e aeronave nacionais. São 66 anos desse feito histórico e, ano após ano, acompanhando os avanços tecnológicos, o GEIV conduz com profissionalismo e alta qualidade diversas missões nacionais e internacionais.
Somente em 2024, o Grupo realizou cerca de 1.400 horas de voos de inspeção e foi responsável pela aferição de 970 auxílios à navegação aérea. “Somos reconhecidos por executar uma das melhores e mais criteriosas inspeções em voo, sempre atendendo aos padrões estabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional, o que credencia o Brasil a uma posição de destaque mundial no cenário da navegação aérea“, destacou o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.
Esta atividade essencial para a segurança dos aeroportos do Brasil é desempenhada pela equipe de inspeção do GEIV, composta por seis militares altamente treinados: um piloto-inspetor (PI), um piloto operacional de inspeção em voo (1P), um operador de sistema de inspeção em voo (OSIV), dois operadores de sistema de posicionamento de aeronave (OSPA) e um mecânico de voo (MEC).
Juntos, eles inspecionam a execução de perfis de voo e a qualidade dos sinais de equipamentos de solo, além de verificarem os procedimentos em voo, fazendo análises, medições e, quando necessário, correções para que atendam aos parâmetros previstos.
Atualmente, a frota do GEIV é composta por oito aeronaves, sendo quatro do modelo Hawker 800 XP e quatro Legacy 500, denominadas na Força Aérea Brasileira (FAB) como IU-93-M e IU-50, respectivamente. As aeronaves-laboratório são equipadas com o sistema de inspeção em voo embarcado UNIFIS 3000, que avalia os sinais eletrônicos dos auxílios à navegação aérea. Os consoles instalados nesses aviões são frequentemente calibrados para avaliar, com alto grau de precisão, os sinais emitidos pelos instrumentos de solo.
“Os voos de inspeção possuem algumas características específicas e demandam intenso treinamento e alta habilidade da tripulação envolvida. São realizados longos sobrevoos na mesma localidade, assim como a execução de manobras e agens baixas sobre as pistas dos aeródromos. É através deste trabalho incansável que garantimos a precisão, a confiabilidade e a segurança para que todos possam voar“, explicou o Comandante do GEIV, Major Aviador Rodrigo Pereira Drumond.
História
A atividade de inspeção em voo no Brasil teve seu início em 1956, após a do projeto de Controle de Tráfego Aéreo (CONTRAF). Já em 1958, formou-se a primeira tripulação operacional de inspeção em voo no país, quando foi adquirido o primeiro avião-laboratório.
A primeira inspeção em voo em território nacional, com aeronave e tripulação da FAB, foi realizada em 21 de fevereiro de 1959, com o objetivo de verificar a adequação do sítio de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro (RJ), para a instalação de um VOR, equipamento eletrônico usado na navegação aérea.
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