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Negligência primária com balanceamento está entre as causas de tragédia com jato CRJ200 no Nepal

Investigadores nepaleses revelaram que a Saurya Airlines, operadora do Bombardier CRJ200 envolvido em um trágico acidente de decolagem em Katmandu, não estava cumprindo os requisitos de carregamento da aeronave antes da catástrofe. Este aspecto, relacionado ao peso e balanceamento do jato, é um dos pontos críticos destacados pela comissão de investigação.

A análise do gravador de dados de voo indica que a aeronave apresentou uma taxa de inclinação “incomumente alta” de até 8,6°/s durante a decolagem na pista 02 de Katmandu, bem acima da taxa normal de 3°/s.

Logo após a decolagem, o avião começou a oscilar, com a asa direita caindo, seguido de uma rotação que resultou em uma inclinação de 94,6° para a direita, enquanto descia, colidindo com o solo com a asa direita.

A investigação sugere que o jato permaneceu no ar por cerca de 15 segundos, ativando os indicadores de estol múltiplas vezes a partir de aproximadamente três segundos após a decolagem. Somente o comandante sobreviveu entre os três membros da tripulação e 16 ageiros a bordo.

O CRJ200 tinha como destino Pokhara. Os investigadores afirmam que o cálculo de carga (load sheet) do voo indicava um peso na decolagem de 18,1 toneladas, incluindo 600 kg de bagagem e 2 toneladas de combustível. A investigação preliminar divulgou que “a revisão e análise das informações sobre os dados de carga e trimagem estão em andamento”.

No entanto, a inspeção do local do acidente e entrevistas com o pessoal de solo da Saurya revelaram que a operadora “não estava cumprindo” os requisitos de pesagem, carregamento e segurança da carga. Como resultado, os investigadores emitiram uma recomendação de segurança interina, afirmando que todas as operadoras devem obedecer aos requisitos de manuseio de carga e bagagem, incluindo pesagem, distribuição e travamento apropriados.

Embora as velocidades V1 e de rotação da aeronave tenham sido registradas em 114 nós e 118 nós, respectivamente, a investigação destacou que as velocidades de decolagem listadas na documentação de voo e capturadas pelo gravador de dados de voo eram “inconsistentes” com os dados do manual de referência rápida.

Câmeras de segurança capturaram o CRJ200 (de registro 9N-AME) durante o táxi com flaps na configuração de decolagem, enquanto dados dos motores GE Aerospace CF34 não mostraram “nenhuma anomalia” em seu desempenho.

Além disso, os investigadores apontaram que o procedimento para a emissão de permissão para o voo de transporte não foi “adequado”, pois os registros “não demonstraram completude e conformidade” com o manual de procedimentos da autoridade de aviação civil para a autorização de tais voos.

Esta investigação destaca a importância do cumprimento rigoroso dos regulamentos de segurança na aviação, especialmente no que diz respeito ao carregamento e balanceamento de aeronaves. O relatório final da investigação deve ser divulgado em breve.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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