
O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) revelou na quinta-feira (17) que um processo foi aberto para investigar a contratação da empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA), cuja missão era reestruturar a Moçambique Airlines (LAM), que enfrenta uma grave crise financeira há anos.
Segundo o Ministério Público (MP), a investigação ainda está na fase pré-processual e não há réus formalmente constituídos, mas o objetivo é verificar a existência de práticas corruptas e ofensas istrativas e financeiras que possam levar à responsabilização dos gestores envolvidos.
Como informa o MZNews, em uma coletiva de imprensa organizada por Romualdo Johnam, porta-voz do GCCC, foi informado que “o Ministério Público pretende investigar os contornos da do acordo entre a empresa sul-africana Fly Modern Ark e o Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE) para a reestruturação da companhia aérea”.
A Fly Modern Ark assumiu a gestão da LAM em abril de 2023 e encerrou o contrato em setembro de 2024. Durante o período de gestão, a consultoria sul-africana reconheceu que a companhia aérea moçambicana tinha uma dívida estimada em 300 milhões de dólares.
No decorrer de seu trabalho, a FMA denunciou esquemas de desvio de dinheiro na LAM, com perdas superiores a 3 milhões de dólares, relacionadas a lojas de bilhetes e máquinas de pagamento automático (TPA/POS) que não pertenciam à companhia.
A respeito dessa situação, o sistema judiciário moçambicano destacou que o caso ainda não possui réus e está sendo investigado, com o intuito de identificar a propriedade das máquinas de pagamento automático utilizadas para a venda de bilhetes, apurar os danos e identificar os responsáveis.