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Iniciativas de SAF aceleram na Ásia em meio a demandas crescentes por sustentabilidade

Enquanto as companhias aéreas expressam preocupações sobre a escassez global de combustível de aviação sustentável (SAF), vários projetos em desenvolvimento na Ásia estão prestes a aumentar a capacidade de produção de SAF da região.

O potencial da indústria de SAF na Ásia é significativo e já existe uma produção por lá, com muitas novas instalações sendo construídas ou em fase de planejamento. Esses desenvolvimentos estão sendo impulsionados por mandatos ou metas governamentais em vários mercados asiáticos, como Índia, Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong, Japão e Indonésia, enquanto outros países consideram adotar medidas semelhantes.

Muitas das companhias aéreas da região estabeleceram suas próprias metas de SAF, que em alguns casos superam as propostas pelos mandatos governamentais. Além dos objetivos individuais, os membros da Associação de Companhias Aéreas da Ásia-Pacífico se comprometeram coletivamente a utilizar 5% de SAF até 2030.

A CAPA (Centre for Aviation) lançou um banco de dados que rastreia contratos e acordos de SAF assinados globalmente.

Este banco de dados inclui 54 acordos assinados por companhias aéreas da Ásia-Pacífico, principalmente contratos de compra de SAF, e 33 acordos relacionados a projetos de produção de SAF na região, cobrindo investimentos, financiamento e desenvolvimento. Algumas companhias aéreas e projetos abarcam múltiplos contratos.

Um estudo divulgado pela Boeing em setembro de 2024 determinou que o Sudeste Asiático possui um enorme potencial para fornecer matéria-prima para o SAF, estimando que a região pode atender a 12% da demanda global por SAF até 2050, sendo que cerca de 75% dessa matéria-prima viria de resíduos agrícolas e pós-consumo.

Em comparação, o Sudeste Asiático atualmente responde por cerca de 8% da demanda por combustível de aviação, o que significa que a região poderia se tornar um exportador líquido.

Entre os principais players da indústria de SAF, a Neste opera uma grande refinaria em Cingapura, enquanto a EcoCeres, com sede em Hong Kong, é outro grande produtor de SAF com planos de expansão.

A empresa já possui uma instalação de produção na Província de Jiangsu, na China continental, e planeja abrir outra refinaria em Johor, Malásia, no segundo semestre de 2025.

Além disso, a empresa malaia PETRONAS formou uma t venture com a Euglena do Japão e a Enilive da Itália para construir uma biorefinaria em Johor, com contrato de construção já concedido em dezembro de 2024 e previsão de abertura em 2028.

Na China continental, a Sinopec, gigante do setor energético, produz SAF em sua planta de Zhenhai e tem planos para desenvolver mais instalações em suas refinarias, incluindo um projeto em colaboração com a TotalEnergies, da França.

Outra instalação de produção de SAF foi concluída em 2024 pelo Henan Junheng Industrial Group Biotechnology Co. na Província de Henan. Em relação à Coreia do Sul, a SK Energy iniciou a produção de SAF em uma de suas refinarias em outubro de 2024 e já exportou SAF para a Europa.

Um dos próximos grandes projetos de SAF a entrar em operação na Ásia provavelmente será na Tailândia. O conglomerado energético Bangchak anunciou que havia completado 96% da construção de uma nova planta de SAF próxima a Bangkok até o início de abril e pretende iniciar as operações no segundo trimestre.

A Bangchak já assinou acordos de compra com clientes, enquanto a PTT Global Chemical começou a produzir SAF na Tailândia em janeiro e planeja expandir sua capacidade de produção.

A Corporação Financeira Internacional (IFC) e o Banco Asiático de Desenvolvimento estão ajudando a financiar uma iniciativa de produção de SAF no Paquistão, que, segundo a IFC, será uma das primeiras instalações em grande escala no Sul da Ásia. A SAFCO Ventures pretende estabelecer a planta em Sheikhupura, Punjab.

Os incentivos governamentais e o apoio da indústria da aviação são fundamentais para o desenvolvimento da indústria de SAF na Ásia. Para os governos, aumentar a produção de SAF ajudará a apoiar seus planos de requisitos de uso e representa um pilar em suas agendas verdes.

Além disso, o SAF oferece aos países asiáticos uma oportunidade estratégica para estabelecer uma nova e potencialmente lucrativa indústria, especialmente para aqueles com abundância de resíduos agrícolas adequados para matérias-primas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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