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Helicópteros ficam a até 22 metros de distância de aviões pousando em Washington, aponta investigação 4a3u5l

Destroços do CRJ-700 no Rio Potomac | Foto: USCG/Petty Officer 1st Class Brandon Giles

A investigação do acidente aéreo no Rio Potomac, em Washington D.C., avança, e agora foram revelados detalhes de como a rota de helicóptero representa um risco para o aeroporto. 1i3s6t

As informações foram divulgadas hoje em uma coletiva de imprensa conduzida por Jennifer Homendy, presidente do Conselho Nacional de Segurança no Transporte (NTSB). Segundo dados apurados pela NTSB, em conjunto com a istração Federal de Aviação (FAA), ocorreram milhares de casos de “quase colisões”.

Entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024, foram realizados mais de 900 mil voos comerciais no Aeroporto Ronald Reagan, na capital dos Estados Unidos. No último dia 29 de janeiro de 2025, um jato regional Bombardier CRJ-700 que realizava o voo AA-5342 colidiu com um helicóptero Sikorsky UH-60L Black Hawk do Exército Americano, resultando em 67 mortes.

Os dados apontam que ocorreram 15.214 ocorrências de perda de separação no Aeroporto Reagan, onde um jato comercial ficou a menos de 1 milha náutica (1.850 metros) de separação horizontal e 400 pés (212 metros) de separação vertical de um helicóptero.

Dessas 15 mil ocorrências, 85 foram mais críticas, com a separação horizontal ficando a menos de 0,85 milha náutica (1.600 metros) e a separação vertical a menos de 200 pés (60 metros).

Em um gráfico apresentado por Homendy, feito a partir das rotas aéreas pré-definidas, foi possível determinar que, caso o helicóptero seguisse na margem oposta ao aeroporto e dentro da altura permitida de 200 pés, ele aria a no máximo 75 pés (22 metros) de distância vertical de uma aeronave pousando na cabeceira 33, como é demonstrado na foto abaixo com os helicópteros voando normalmente na região borrada em cinza:

As informações que constam no relatório preliminar já indicam que o Black Hawk estava a cerca de 300 pés de altura quando colidiu com o CRJ-700, que faria uma rota de colisão direta com a rota de planeio para pouso na cabeceira 33, considerando um sobrevoo próximo à margem oposta do aeroporto.

Homendy destacou que, embora a rota indique que os pilotos devem voar próximos da margem oposta ao aeroporto, não há nenhuma obrigação para que os helicópteros voem neste lado, sendo permitido sobrevoar todo o leito do Rio Potomac, inclusive mais próximo ao aeroporto.

Com base nessas informações, a NTSB solicitou que, quando o voo de helicópteros nas rotas próximas ao aeroporto for reestabelecido — o que deve ocorrer em 31 de março —, a FAA implemente uma restrição para a desativação momentânea das rotas 1 e 4 quando as cabeceiras 15 e/ou 33 do Aeroporto Reagan estiverem em uso ativo, tanto para pouso quanto para decolagem.

Foi também recomendada a criação de novas rotas pelas agências responsáveis, que permitam o fluxo de helicópteros, principalmente de segurança pública e de emergência, sem que interfiram na operação do aeroporto da capital americana.