
A istração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu uma ordem na noite desta segunda-feira (14) de suspensão emergencial contra a New York Helicopter Charter Inc., como resultado de graves falhas na segurança operacional e uma série de eventos que culminaram na trágica queda de um helicóptero no Rio Hudson.
A decisão foi tomada com base nas investigações e evidências apresentadas pela agência, e a suspensão é imediata até que a companhia comprove a existência de pessoal qualificado para garantir a segurança de suas operações.
No dia 10 de abril de 2025, a aeronave de matrícula N216MH, um helicóptero Bell 206L-4 LongRanger IV, foi utilizada em um voo de turismo que resultou em acidente fatal no Rio Hudson, em Nova York, com a morte do piloto e de todos os cinco ageiros a bordo. O acidente acendeu um alerta máximo entre os órgãos reguladores, levando a uma investigação rigorosa para determinar as causas da tragédia.
Conforme detalhado no comunicado oficial, a FAA constatou que a New York Helicopter Charteroperava sob o certificado de transporte aéreo nº NY9A9001 e que, para atender às normas de segurança previstas no regulamento 14 C.F.R. § 119.69(a), a empresa deveria contar com uma equipe de gestão e pessoal técnico capacitado, entre eles um Diretor de Operações. A investigação revelou que, na ocasião do acidente, a empresa operava sem um profissional qualificado nesta posição.
Após o ocorrido, em 13 de abril de 2025, o então Diretor de Operações, identificado como Sr. Jason Costello, atendeu a uma solicitação telefônica da FAA e comunicou que a empresa cessaria suas operações até que as investigações conduzidas pela FAA e pelo NTSB fossem concluídas. Em seguida, Costello confirmou por e-mail o encerramento temporário das atividades.
Reviravolta na Comunicação Interna
A reviravolta ocorreu apenas minutos após a confirmação do encerramento das operações. Cerca de 16 minutos após a comunicação de Costello, o CEO da empresa, Sr. Michael Roth, enviou um e-mail à FAA no qual afirmou que não havia autorizado a paralisação das operações e informou que Costello não era mais empregado da companhia. Essa decisão de demitir o Diretor de Operações, responsável por adotar a postura cautelosa frente à tragédia, elevou as preocupações sobre a segurança e a gestão interna da empresa.
Diante do quadro de insegurança e da falta de pessoal qualificado – fator fundamental para a continuidade das operações segundo os padrões do transporte aéreo –, a FAA determinou que:
- A suspensão do certificado de operação nº NY9A9001 da New York Helicopter Charter Inc. seja imediata.
- A suspensão permanecerá vigente até que a companhia comprove a reestruturação e a qualificação de sua equipe técnica e de gestão.
- A empresa deverá entregar o certificado, sob pena de aplicação de multas diárias que podem chegar até US$ 17.062 por dia, caso não cumpra com a ordem de cessação.
The FAA has issued an emergency order grounding New York Helicopter Charter, Inc., which operated the Bell 206 helicopter that crashed Thursday in the Hudson River. The FAA is taking this action in part because after the company’s director of operations voluntarily shut down… pic.twitter.com/7qyEbwB0yK
— Chris Rocheleau (@FAA_Chris) April 15, 2025