A Emirates, reconhecida como a maior companhia aérea internacional do mundo, está em negociações secretas com o serviço de internet Starlink, de Elon Musk, para implementar Wi-Fi de alta velocidade em sua vasta frota de mais de 260 aeronaves.
A revelação surge em um momento em que Musk acompanhou o presidente Trump em uma viagem ao Oriente Médio, mas a Emirates enfrenta desafios significativos antes de concretizar essa parceria.
Um dos principais obstáculos é que a Emirates é a maior operadora do Airbus A380, com 116 dessas aeronaves em operação, o que representa mais de 40% de sua frota. Infelizmente, a Starlink ainda não recebeu a certificação necessária para ser utilizada no A380, e não há um cronograma claro sobre quando essa certificação poderá ser obtida.
Além disso, a Starlink ainda não é autorizada para uso nos Emirados Árabes Unidos, onde a Emirates está baseada. A situação se complica ainda mais, pois a Starlink também está banida na China e na Rússia, mercados significativos para a companhia estatal.
Outro ponto de ime nas negociações é a estrutura de tarifas. A Starlink atualmente cobra por assento, enquanto a Emirates deseja ser cobrada apenas por assentos ocupados durante os voos. Essa diferença de abordagem pode dificultar a finalização do acordo.
A Starlink, uma divisão do programa SpaceX de Musk, oferece serviços de internet banda larga de alta velocidade por meio de uma constelação de mais de 6.750 satélites em órbita baixa da Terra, com velocidades que podem alcançar até 500 Megabits por segundo. A empresa afirma que streaming ao vivo e jogos online são facilmente alcançáveis a 38.000 pés.
Embora a cobertura da Starlink seja quase global e autorizada sobre todas as águas internacionais, a utilização em solo e sobre águas territoriais depende da aprovação dos governos locais. As companhias aéreas afirmam que o equipamento da Starlink pode ser instalado em aeronaves em cerca da metade do tempo de produtos concorrentes, permitindo retrofits rápidos com mínimo tempo de inatividade.
Atualmente, a Emirates utiliza o serviço de Wi-Fi a bordo Sita OnAir, que é considerado lento e pouco confiável. Novas aeronaves Airbus A350 estão sendo equipadas com o sistema ViaSat Global Xpress, que a Emirates afirma ser dez vezes mais rápido do que o serviço em suas outras aeronaves.
Um upgrade é muito necessário para os A380 e Boeing 777 da Emirates, e há a possibilidade de que a companhia eventualmente rejeite a Starlink em favor da ViaSat, que também é uma empresa de comunicações americana.
No momento, a Emirates oferece Wi-Fi gratuito apenas para seus frequent flyers mais elite, enquanto outros membros do programa de fidelidade Skywards têm o gratuito a funções de chat em aplicativos como Facebook Messenger e WhatsApp.
A Starlink ainda não assinou um contrato com nenhuma companhia aérea que cobre tarifas para o ilimitado à internet a bordo, apesar de concorrentes regionais como a Qatar Airways já terem implementado a tecnologia em sua frota de Boeing 777 e planejarem atualizações para os Airbus A350 em breve.
Outro potencial concorrente para o grande contrato da Emirates é a Amazon, que está tentando lançar sua própria empresa de internet via satélite, conhecida como Project Kuiper.
Para oferecer cobertura global confiável, a Amazon precisará de uma constelação de satélites em órbita baixa, mas o Project Kuiper lançou apenas seus primeiros 27 satélites no mês ado.
