A Embraer está trabalhando em uma versão militarizada do seu jato E190-E2, otimizada como uma plataforma de missão especial, visando competir no mercado de aeronaves de alta performance para missões específicas. A imagem foi mostrada pela fabricante numa feira recente, de forma inédita e sem alarde.
Como destacou o Aviacionline, durante a atual edição da Exposição Internacional de Defesa do Exército da Coreia (KADEX), a renomada empresa aeroespacial brasileira começou a apresentar um conceito de sua aeronave E190-E2 configurada para missões especiais, com variantes potenciais para Patrol Aircraft (MPA), Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR), e Sistema de Comando e Controle Aéreo Antecipado (AEW&C).
A Embraer já tem experiência significativa nesta área, tendo transformado a plataforma de aeronaves regionais ERJ-145 em aeronaves de missão especial com sucesso comercial considerável.
No Brasil, a Força Aérea adquiriu cinco unidades do E-99 AEW&C, equipadas com o radar sueco Erieye, e três R-99 para tarefas de inteligência. Na Grécia, a Força Aérea Helênica opera quatro aeronaves de aviso antecipado EMB-145-H, também com radar Erieye. No México, a Força Aérea Mexicana utiliza uma versão EMB-145-SA para missões de alerta antecipado, com radar Erieye, enquanto duas EMB-145-RS/MP estão dedicadas a operações de patrulha marítima e inteligência de fronteira.
Além disso, a Força Aérea Indiana adquiriu três aeronaves EMB-145-I, modificadas com um sistema de radar AESA local sob a designação Netra, para realizar missões AEW&C.
O ERJ, sendo uma família de aeronaves fora de produção, tornou-se tecnologicamente ultraado para missões especiais, onde os modelos mais recentes de aeronaves comerciais e de negócios modificadas estabeleceram novos padrões.
Diante desse cenário, a Embraer redefiniu sua estratégia, apresentando propostas inovadoras. O Preator P600 AEW&C, desenvolvido em parceria com a IAI-Elta, tem como alvo o segmento de “baixo custo” do mercado. Por outro lado, para competir no segmento “alto” contra o E-7 e o P-8, derivados do Boeing 737, a empresa brasileira busca posicionar o E190-E2 como uma alternativa operacionalmente mais econômica.
O programa Sea Sultan, através do qual a Marinha do Paquistão pretende converter até 10 aeronaves Embraer Lineage 1000 (versão VIP do E190) em aeronaves de patrulha naval (MPA) e combate a submarinos (ASW) para substituir sua frota de 6 P-3A Orion, pode servir como precedente para as futuras aeronaves de missão especial E190-E2.
Esse foco em inovações e demandas do mercado militar destaca o compromisso da Embraer em permanecer competitiva e relevante em um segmento onde a eficiência e a adaptabilidade são fundamentais.
