
A fabricante de aeronaves chinesa Comac está se posicionando como uma concorrente no mercado de aviação, desafiando o domínio global exercido por Airbus e Boeing. Entretanto, segundo Christian Scherer, executivo da Airbus responsável pela divisão de aviões comerciais, a Comac ainda precisa apresentar inovações que a diferenciem das ofertas existentes.
Como informa o emiradense The National, em declarações feitas em Londres, antes do início do Farnborough Airshow, Scherer destacou que a demanda por aeronaves permanece robusta, especialmente na China, criando um ambiente propício para todos os fabricantes que operam atualmente no setor. “Consideramos a Comac como uma concorrente séria. Não se trata de ‘se’ ou ‘quando’. Eles são um competidor”, afirmou o executivo.
Apesar de a Comac ter lançado suas aeronaves no mercado, começando com volumes relativamente pequenos, Scherer considera que a empresa ainda não apresentou produtos que se destaquem frente à concorrência. O modelo C919, por exemplo, é comparado pelo executivo ao Airbus A320, não oferecendo uma proposta nova e diferenciada que justifique sua presença no mercado já dominado por Airbus e Boeing.
O C919, segundo Scherer, é “efetivamente uma versão do A320″, possuindo características tecnológicas e equipamentos similares, o que resulta em “pouca diferenciação”. Durante a sua trajetória, a Airbus trouxe inovações ao mercado e isso foi crucial para sua rápida penetração, algo que a Comac ainda não conseguiu replicar.
Scherer também comentou sobre os desafios enfrentados por toda a indústria da aviação, reforçando que a Comac se posiciona como uma alternativa viável ao A320neo da Airbus e ao 737 MAX da Boeing, ambos com dificuldades para atender à crescente demanda devido a problemas de entrega, escassez de peças e atrasos na produção de motores.
Enquanto a Boeing enfrenta a pressão regulatória e uma crise de segurança, a Airbus revisou suas metas financeiras e de produção, continuando a lutar para recuperar sua cadeia de suprimentos após as interrupções causadas pela pandemia de Covid-19. Scherer mencionou que a Airbus está investindo recursos significativamente na estabilização de seus fornecedores, incluindo a presença de engenheiros da empresa nas instalações de seus parceiros.