
Os tripulantes de cabine da Air New Zealand perderam uma disputa com a companhia aérea sobre cafés da manhã gratuitos em hotéis. A controvérsia surgiu após a Flight Attendants Association of New Zealand (FAA) acusar a empresa de permitir que membros de um sindicato rival, o E tū, também desfrutassem do benefício.
A FAA foi formada durante a pandemia como uma alternativa ao sindicato E tū, que anteriormente era o principal representante dos tripulantes de cabine. Rapidamente, a FAA conquistou 800 membros que trabalhavam nos aviões de grande porte da Air New Zealand, principalmente em rotas de longa distância. Em comparação, o E tū agora representa 600 tripulantes de cabine na mesma frota.
Durante a pandemia, a FAA negociou um Memorando de Entendimento de Parceria Estratégica com a Air New Zealand, com o objetivo de garantir cafés da manhã gratuitos para seus membros em hotéis nos destinos atendidos pelos aviões Boeing 787 Dreamliner e 777 da companhia.
No entanto, a Air New Zealand estendeu o benefício para todos os tripulantes de cabine, independentemente de sua afiliação sindical, o que desagradou a FAA. Além disso, a companhia aérea informou que só poderia oferecer cafés da manhã gratuitos em hotéis selecionados, informa o PYOK.
A Air New Zealand explicou à FAA que a decisão de oferecer o benefício a todos os tripulantes de cabine foi tomada “como uma questão de tratamento justo“. A empresa também destacou que o acordo com a FAA apenas exigia que ela fizesse o possível para garantir os cafés da manhã gratuitos, e que só os ofereceria se isso não gerasse custos adicionais.
No entanto, alguns hotéis cobravam a Air New Zealand pelo serviço, resultando em um custo anual de aproximadamente NZ$ 1 milhão (R$ 3,4 milhões). Em resposta, a companhia aérea suspendeu o benefício nesses hotéis.
Para o futuro, a Air New Zealand informou à FAA que não ofereceria mais cafés da manhã gratuitos ao mudar os hotéis de pernoite das tripulações, mas manteria o benefício em 10 hotéis existentes.
A FAA levou o caso à Autoridade de Relações de Trabalho da Nova Zelândia, argumentando que o acordo de cafés da manhã gratuitos era essencial para permitir que os tripulantes economizassem nas despesas diárias e pudessem pagar por refeições de melhor qualidade. No entanto, o tribunal determinou que o memorando de entendimento não constituía um acordo coletivo, não estando sob sua jurisdição.
O tribunal decidiu a favor da Air New Zealand, concluindo que a companhia provavelmente não teria concordado com um acordo que aumentaria seus custos, especialmente em um período de dificuldades financeiras. Embora reconhecesse que as partes tinham interpretações diferentes do acordo, o tribunal concluiu que a redação do documento apoiava a posição da Air New Zealand.
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