
Numa decisão que tem por finalidade a transformação da Pakistan International Airlines (PIA) em uma empresa lucrativa, o governo paquistanês informou que despedirá metade de seus mais de 14.000 funcionários, substituirá parte de sua frota e fechará permanentemente rotas deficitárias. Ativos não essenciais e melhorias de governança corporativa também continuarão a ser implementadas.
Há mais de uma década, pelo menos, que a empresa nacional apresenta largos prejuízos, fazendo com que o contribuinte paquistanês pague as contas da inchada estrutura. Dados do Planespotters mostram que a frota da empresa tem apenas 27 aeronaves, sendo 12 Boeing 777, 11 Airbus A320 e quatro ATR-42. Isso representa um total de mais de 500 funcionários por avião, muito além do patamar de eficiência esperado para o mercado.
Agora, segundo mostra a matéria do Straits Times, o governo local aprovou uma inédita reestruturação da transportadora e até prevê, no futuro, um contrato de gestão ou venda de 26% do capital da empresa, quando seu balanço estiver sanitizado. Desta vez, no entanto, “não há planos grandiosos de se tornar como a Emirates ou a Qatar”, disse o governo, mas será “uma organização muito enxuta e eficiente”. O objetivo é fazer com que a PIA volte a ter lucros até 2023.
Além dos prejuízos, um acidente no ano ado que vitimou 97 pessoas começou a escancarar diversas condutas impróprias na transportadora, incluindo corrupção na compra de aeronaves, desvios internos e licenças falsas de pilotos, resultando no banimento da empresa da Europa e Estados Unidos e colocando sua reputação no chão.
Com a situação insustentável e tornada pública, o governo realizou mudanças na estrutura da empresa para melhorar a governança e melhorar sua reputação. Até o momento, 2.000 funcionários já se despediram voluntariamente, de acordo com a companhia aérea.