
Decorreu nesta terça-feira, em San José, o Aviation Day Costa Rica, evento organizado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) que reuniu mais de 300 dos principais atores da indústria aerocomercial e turística do país e da região.
Durante a abertura, Peter Cerdá, vice-presidente da IATA para as Américas, revelou que a organização espera que a Costa Rica mais que duplique o seu volume de ageiros até 2030, ando dos actuais quatro milhões anuais para entre 10 e 12 milhões, reportou o Aviacionline.
Para fazer face a este aumento previsto, será crucial que as autoridades costarriquenhas colaborem estreitamente com o sector do transporte aéreo. “O governo da Costa Rica gerou um ambiente positivo para a aviação”, comentou Cerdá, destacando a importância de continuar a colaborar para facilitar a ibilidade ao transporte aéreo, promovendo assim o turismo, o comércio e a competitividade do país.
O transporte aéreo desempenha um papel significativo na economia da Costa Rica, sendo o principal motor do turismo, já que 90% dos turistas chegam ao país por via aérea. De acordo com dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o setor de viagens e turismo contribuiu com 10,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) da Costa Rica em 2019 e gerou 11% de todos os empregos. No primeiro trimestre de 2023, foram criados quase 160 mil empregos diretos no setor.
A Costa Rica tem mostrado sinais de recuperação robusta, com um aumento de 15,5% no número de ageiros em junho de 2023 em comparação com o mesmo mês do ano ado, e introduziu novas rotas aéreas a partir de várias cidades.
Cerdá também observou que o costarriquenho médio faz 1,3 viagens por ano, número que supera a média regional (0,45), embora tenha sugerido que há espaço para crescer e atingir as taxas de viagens per capita observadas em outras regiões.

No evento, foi assinado um memorando de entendimento entre a IATA e o governo da Costa Rica, representado pela Direção Geral de Aviação Civil, para incorporar as melhores práticas de segurança da IATA ao programa de segurança da aviação local. Com isto, a Costa Rica torna-se o primeiro país centro-americano a integrar estas normas no seu quadro regulamentar, o que reforçará a sua segurança operacional.
Além disso, durante o dia, foi feito um apelo para intensificar os esforços para reduzir o impacto ambiental da aviação. Cerdá instou o governo da Costa Rica a apoiar e acelerar as iniciativas de descarbonização no setor, sublinhando a necessidade de políticas públicas e incentivos para a produção e distribuição de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF), uma estratégia chave para atingir a meta de emissões líquidas zero até 2050.
O gestor concluiu que, considerando que a Costa Rica é um exemplo mundial em proteção ambiental e é o único país da América Central que funciona com eletricidade 100% renovável, tem potencial para assumir um papel de liderança na produção de SAF, podendo fomentar um futuro sustentável para a indústria da aviação, permitindo ao mesmo tempo uma expansão do turismo de uma forma amiga do ambiente.