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Avião demorou demais para decolar de pista curta após pilotos não checarem a configuração de flap

Imagem: Aero Icarus / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Investigadores estão analisando um incidente ocorrido com um De Havilland Dash 8-400 da QantasLink, que enfrentou dificuldades de decolagem em uma pista curta, devido a uma configuração incorreta dos flaps por parte da tripulação. O erro foi causado “pela força do hábito” e a não checagem.

O evento aconteceu em 26 de junho de 2024 durante um voo de Horn Island, na Austrália, e incluiu 67 ageiros e quatro membros da tripulação, além de carga.

O Conselho de Segurança do Transporte da Austrália destacou que, dadas as circunstâncias, o comandante do voo revisou repetidamente as informações sobre ventos de proa para garantir que os ageiros não precisassem ser retirados devido a restrições de peso.

O Dash 8, pesando 27,8 toneladas, estava programado para decolar da pista 08, que tem apenas 1.389 metros de comprimento e apresenta terreno elevado em uma das extremidades, o que representa riscos potenciais para a decolagem.

De acordo com a investigação, os cálculos de desempenho exigiam um ajuste de flaps em 15° e um aumento na potência por meio da desativação do sistema de ar de bleed para a decolagem. No entanto, o primeiro oficial, que registrou as informações em um cartão de distância de decolagem e aterrissagem, inadvertidamente configurou os flaps para apenas 5°.

Apesar da tripulação ter realizado os procedimentos padrão de verificação e conferência antes do voo, nenhum dos pilotos identificou o erro. O ajuste dos flaps deveria ter sido conferido por meio de um procedimento específico de checklist, mas o primeiro oficial, ao verificar a configuração, lembrou-se de que 5° estava definido como padrão.

Isso foi atribuído a um “comportamento automático” e a um “hábito inconsciente”, pois essa configuração era a mais comum e tinha sido utilizada nas duas rotas anteriores.

Durante a decolagem, embora o Dash 8 tenha acelerado normalmente, a tripulação percebeu que a rotação estava mais lenta do que o esperado e que o desempenho não correspondia às experiências anteriores. O avião finalmente decolou após a velocidade de rotação prevista.

O primeiro oficial, percebendo que a configuração dos flaps estava errada, informou ao comandante e ajustou a posição da aeronave para aumentar a sustentação. O voo prosseguiu para Cairns com uma subida positiva mantida e sem mais incidentes.

Os investigadores descobriram que, se o avião tivesse decolado com a configuração de flaps de 5°, ele estaria 2,1 toneladas acima do peso permitido, necessitando de uma distância de decolagem de 1.680 metros, mais longa do que a pista disponível.

Este erro aumentou o risco de um impacto na cauda e reduziu a margem de segurança para a liberação de obstáculos após a decolagem.

Como resultado, a QantasLink revisou seus procedimentos operacionais e listas de verificação para minimizar a possibilidade de seleção errônea dos flaps, além de implementar medidas para aprimorar o treinamento da tripulação.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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