
O Governo Federal voltará a atrasar a prometida linha de crédito para o setor aéreo, repetindo o erro de anunciar medidas que não consegue cumprir.
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) informou ao jornal O Globo, na semana ada, que a ajuda de R$ 4 bilhões — que seria disponibilizada via BNDES com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) — só será oferecida em setembro. Inicialmente, o crédito havia sido prometido para agosto.
Com o adiamento, o MPOR segue o mesmo caminho do antigo Ministério da Infraestrutura, que em 2020 também anunciou uma linha de socorro ao setor aéreo por meio do BNDES. Na época, a liberação demorou tanto e teve condições tão desfavoráveis que nenhuma companhia se interessou pela proposta.
Hoje, o cenário se repete. A LATAM já não necessita de apoio financeiro, pois está em situação relativamente estável. A GOL deve sair da recuperação judicial ainda neste mês, e a Azul, que entrou no mesmo processo do Chapter 11, atribuiu parte da sua decisão justamente aos atrasos nas medidas prometidas pelo governo. Agora, a empresa negocia diretamente com seus credores para viabilizar o refinanciamento.
A expectativa é que a história se repita: o governo federal anuncia um plano sem estrutura clara para executá-lo, como ocorreu com a “agem aérea por R$ 200”, que sofreu diversos atrasos e, no fim, se tornou apenas um agregador de voos (estilo Google Flights) dentro da plataforma .gov.br, com baixa adesão e impacto quase nulo no público-alvo.