
A istração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um Alerta de Segurança para Operadores (SAFO) para companhias aéreas que operam aeronaves Boeing 737 Next Generation (NG) e 737 MAX, alertando sobre um risco potencial de bloqueio de controle do leme.
O problema decorre de atuadores de orientação de leme Collins Aerospace SVO-730 (RRGA) defeituosos, que podem restringir o movimento do leme durante fases críticas do voo, incluindo o pouso, informou o Aviacionline.
O alerta segue um incidente envolvendo um Boeing 737 MAX 8 da United Airlines, no qual os pedais do leme pararam de responder durante o pouso no Aeroporto Internacional de Newark, em fevereiro de 2024.
As investigações iniciais da FAA sugerem que o acúmulo de umidade dentro do atuador provavelmente congelou durante o voo, causando a restrição do movimento do leme. Essa falha é especialmente preocupante em pousos de Categoria IIIB, onde o controle preciso do leme é crucial devido às condições de baixa visibilidade.
Segundo a FAA, esse problema afeta os modelos Boeing 737-600, 737-700, 737-800, 737-900 e 900ER (737NG), bem como os 737 MAX 8, MAX 8200 e MAX 9, equipados com o Collins Aerospace SVO-730 RRGA. Embora alguns atuadores estejam conectados mecanicamente, mas desativados eletricamente, o risco permanece se a umidade entrar e congelar dentro do atuador, o que pode travar o leme.
Este aviso está alinhado com um relatório recente do National Transportation Safety Board (NTSB), que destacou um defeito de fabricação que afetou mais de 353 atuadores entregues desde 2017. As investigações do NTSB revelaram que um problema na vedação dos rolamentos torna o atuador vulnerável à entrada de umidade. Os testes confirmaram que o congelamento da umidade dentro do atuador pode causar restrições ou travamento do leme, principalmente durante o pouso.
NTSB pede ação imediata
O NTSB emitiu recomendações urgentes de segurança à Boeing e à FAA, solicitando uma revisão dos procedimentos atuais dos manuais de voo. A orientação atual aconselha os pilotos a aplicarem força máxima para superar um bloqueio do leme.
Contudo, o NTSB alerta que isso pode causar deflexões indesejadas do leme, aumentando o risco de desvios ou perda de controle durante o pouso. O órgão também recomendou à FAA que avaliasse a necessidade de retirar os atuadores afetados de serviço e substituí-los por unidades compatíveis.
No seu relatório, o NTSB sugeriu ainda que a FAA notificasse os reguladores internacionais de aviação, sublinhando o impacto global dessa questão. Operadores de aeronaves ao redor do mundo são aconselhados a tomar medidas de precaução para mitigar riscos potenciais.
Recomendações da FAA para tripulações
Enquanto isso, a FAA emitiu recomendações imediatas para as tripulações de voo. Se forem encontradas restrições no leme durante o voo, a Boeing orienta os pilotos a seguirem a Lista de Verificação de Controles de Voo Presos ou s (NNC). Para incidentes ocorridos no solo, os pilotos devem utilizar frenagem diferencial para manter o controle, evitando o uso da direção da roda do nariz acima de 100 nós, a menos que seja estritamente necessário.
O sistema de piloto automático nas aeronaves afetadas foi projetado para realizar testes de servo do leme durante abordagens ILS com piloto automático duplo, ajudando as tripulações a identificar antecipadamente possíveis problemas no leme. Uma mensagem “NO LAND 3” alertará as tripulações sobre quaisquer anomalias, e elas são incentivadas a selecionar abordagens duplas de piloto automático sempre que possível para garantir que o sistema esteja funcionando corretamente.
A Boeing ainda não anunciou um cronograma para a substituição dos atuadores defeituosos ou a revisão dos procedimentos dos manuais de voo. No entanto, tanto a FAA quanto o NTSB classificaram a situação como urgente, com potencial de afetar mais de 350 aeronaves atualmente em serviço.
À medida que as investigações prosseguem, espera-se que tanto a Boeing quanto a FAA divulguem mais atualizações. Enquanto isso, as companhias aéreas que operam aeronaves Boeing 737NG e 737 MAX são instadas a permanecer vigilantes e a seguir os protocolos de segurança estabelecidos pela FAA e NTSB para mitigar o risco de problemas no controle do leme durante o voo.
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