
Os proprietários e operadores de aeronaves privadas no estado de São Paulo que realizam o transporte aéreo de órgãos, tecidos e equipes médicas agora contam com isenção nas tarifas de navegação aérea e de comunicações, graças a uma iniciativa do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
Essa medida visa apoiar o projeto logístico de aviação geral para o transporte de órgãos para transplante, uma ação liderada pelo Instituto Brasileiro de Aviação (IBA), com o intuito de otimizar o processo de transporte e, consequentemente, salvar vidas.
Além do apoio do DECEA, a ação também conta com a colaboração da Associação Brasileira de Aeroportos, que isentou as taxas de pouso, e da Petrobras, que fez o mesmo com relação ao combustível, para as aeronaves dedicadas ao transporte de órgãos.
Inicialmente, o Projeto TransplantAR atende apenas as aeronaves privadas do estado de São Paulo, mas os voos são realizados para todo o território brasileiro. O presidente do IBA, Francisco Lyra, expressou a esperança de que secretarias de saúde de outros estados também adotem essa prática.
A distribuição de órgãos em todo o Brasil é uma tarefa realizada não apenas pela Força Aérea Brasileira (FAB) mas também por empresas aéreas. No entanto, as vastas dimensões do país representam um grande desafio para a entrega pontual desses órgãos. Por exemplo, coração e pulmão têm um limite de até quatro horas para serem transplantados. Com o Projeto TransplantAR, a participação da aviação geral possibilita um alcance e uma eficiência maiores no transporte desses órgãos vitais.
“Atualmente, cerca de 66 mil pessoas estão esperando na fila por um órgão para transplante. Acreditamos que o engajamento dos proprietários de aeronaves privadas pode ampliar o o aos transplantes, dada a flexibilidade total em itinerários, horários e pela extensão da frota de aeronaves”, afirmou Lyra.
A coordenação do transporte de órgãos para transplante no Brasil é gerida pelo DECEA, através do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), em colaboração com a Central Nacional de Transplantes (CNT). No Salão Operacional do CGNA, localizado no Rio de Janeiro, uma equipe da CNT está disponível 24 horas por dia para gerenciar a logística e assegurar que os voos partam e chegarem com agilidade e segurança.
O Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, expressou seu orgulho em apoiar missões tão nobres e cruciais. “É com grande satisfação que colaboramos com o IBA para contribuir na redução do tempo de espera, oferecendo esperança a pacientes que aguardam transplantes e aumentando a probabilidade de sucesso nos procedimentos”, disse o Oficial-General.
Essa iniciativa destaca a importância da colaboração entre diversas entidades em prol da saúde e do bem-estar da população, além de evidenciar como a aviação pode impactar positivamente a vida de pessoas em situações críticas.
Com informações do DECEA