
Apesar das severas sanções ocidentais, a transportadora aérea russa Aeroflot conseguiu manter uma operação relativamente normal desde que o presidente Putin ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Por mais de dois anos, a Aeroflot manteve seus voos, mesmo com a escassez de peças de reposição, e suas aeronaves continuam a ser vistas em países que decidiram manter relações diplomáticas com a Rússia, como China, Tailândia, Índia e Emirados Árabes Unidos.
As previsões de colapso da aviação comercial russa, até o momento, não se concretizaram, apesar da dependência da Aeroflot de aeronaves ocidentais fabricadas pela Airbus e pela Boeing.
Embora a Aeroflot esteja encontrando maneiras criativas de manter suas aeronaves no ar, a companhia enfrenta dificuldades mais próximas de casa, com atrasos e cancelamentos de voos devido a uma onda de licenças médicas entre os comissários de bordo, segundo a publicação alemã aeroTELEGRAPH.
A situação se tornou tão crítica que, de acordo com fontes locais, a Aeroflot já demitiu três executivos seniores responsáveis pelos serviços de bordo e está tentando atrair novos comissários com grandes aumentos salariais.
A campanha de recrutamento foi organizada após uma grande onda de licenças em julho, quando mais de 1.500 comissários se reportaram doentes de última hora. Embora a iniciativa pareça estar indo bem, pode levar algum tempo até que a situação se estabilize completamente.
Enquanto isso, a companhia aérea decidiu reduzir o número mínimo de comissários de bordo exigidos para operar diferentes tipos de aeronaves. Por exemplo, o avião Airbus A350, que normalmente exige um mínimo de 10 comissários, agora pode operar com apenas oito. O Boeing 777 pode ser operado com 10 comissários em vez de 11, enquanto os aviões de corredor único, como o Boeing 737 e o Airbus A321, podem decolar com quatro em vez de cinco.
O número mínimo de tripulantes no Airbus A320 permanece inalterado, com quatro comissários, assim como no Airbus A330, que exige um mínimo de oito.
Essas reduções de tripulação estão sendo implementadas como uma medida temporária, com a esperança de que a nova campanha de recrutamento e sanções disciplinares permitam em breve restaurar os níveis anteriores de tripulação.
Para desencorajar as ausências por doença, a Aeroflot ameaçou retirar as vagas de estacionamento no aeroporto dos tripulantes que apresentarem um histórico frequente de licenças médicas. Benefícios de viagem, como agens com desconto ou gratuitas, também serão revogados para aqueles com altos índices de absenteísmo.
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