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Deficiências políticas colocam em risco a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF)

Nova Delhi, Índia – Durante a Assembleia Geral Anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que começou hoje, 1° de junho, em Nova Delhi, Índia, a IATA anunciou que espera que a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) atinja 2 milhões de toneladas (2,5 bilhões de litros), ou 0,7% do consumo total de combustível das companhias aéreas, em 2025.

O assunto foi abordado durante um com os palestrantes da IATA: Hemant Mistry, Diretor de Transição Energética; Preeti Jain, Chefe de Pesquisa e Programas de Emissão Zero; e Marie Owens Thomsen, Vice-Presidente Sênior de Sustentabilidade e Economista-Chefe.

Willie Walsh, Diretor Geral da IATA, também falou sobre a questão:

“Embora seja encorajador que a produção de SAF deva dobrar para 2 milhões de toneladas em 2025, isso representa apenas 0,7% das necessidades totais de combustível da aviação. E mesmo essa quantidade relativamente pequena acrescentará 4,4 bilhões de dólares globalmente à conta de combustível. O ritmo do progresso na intensificação da produção e no ganho de eficiências para reduzir custos deve acelerar”.

A maior parte do SAF está se destinando agora para a Europa, onde os mandatos (leis/determinações que obrigam o uso) da União Europeia e do Reino Unido entraram em vigor em 1º de janeiro de 2025. Inaceitavelmente, o custo do SAF para as companhias aéreas dobrou na Europa devido às taxas de conformidade que os produtores ou fornecedores de SAF estão cobrando.

Para o esperado de 1 milhão de toneladas de SAF que serão comprados para atender aos mandatos europeus em 2025, o custo esperado aos preços de mercado atuais é de 1,2 bilhão de dólares. As taxas de conformidade são estimadas em adicionar 1,7 bilhão de dólares aos preços de mercado – uma quantia que poderia ter reduzido adicionalmente 3,5 milhões de toneladas de emissões de carbono.

Em vez de promover o uso de SAF, os mandatos de SAF da Europa tornaram o SAF cinco vezes mais caro que o combustível de aviação convencional.

“Isto destaca o problema com a implementação de mandatos antes de haver condições de mercado suficientes e antes de salvaguardas estarem em vigor contra práticas de mercado não razoáveis que aumentam o custo da descarbonização. Elevar o custo da transição energética, que já está estimada em um surpreendente 4,7 trilhões de dólares, não deveria ser o objetivo ou o resultado de políticas de descarbonização. A Europa precisa perceber que sua abordagem não está funcionando e encontrar outra maneira”, disse Walsh.

Para apoiar o desenvolvimento de um mercado global de SAF, a IATA trabalhou em duas iniciativas:

– Um registro de SAF gerido pela Organização de Descarbonização da Aviação Civil (CADO) que traz um sistema transparente e padronizado para rastrear compras de SAF, uso e reduções associadas de emissões, em conformidade com regulamentações internacionais, como o Esquema de Compensação de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA) e o Esquema de Comércio de Emissões da UE;

– O SAF Matchmaker, que facilitará a aquisição de SAF, combinando os pedidos das companhias aéreas por SAF com as ofertas de fornecimento.

A IATA instiga os governos a se concentrarem em três áreas:

– Criar políticas mais eficazes – Eliminar a desvantagem que os produtores de energia renovável enfrentam em comparação com as grandes petroleiras é necessário para expandir a produção de energia renovável em geral e a produção de SAF em particular. Isso inclui redirecionar uma parte dos 1 trilhão de dólares em subsídios que os governos concedem globalmente para combustíveis fósseis;

– Desenvolver uma abordagem abrangente para a política energética que inclua o SAF – Primeiramente, avançar na produção de SAF requer um aumento na produção de energia renovável da qual o SAF é derivado. Em segundo lugar, também requer políticas para garantir que o SAF receba uma porção apropriada da produção de energia renovável. Uma abordagem holística deve apoiar o uso conjunto de infraestrutura, coprodução e outras medidas que beneficiarão a transição energética para a aviação e para todos os outros setores econômicos;

– Garantir o sucesso do CORSIA como o único mecanismo baseado no mercado para abordar as emissões de CO2 da aviação internacional. A IATA instiga os governos a disponibilizarem Unidades de Emissões Elegíveis (EEUs) às companhias aéreas. Até agora, a Guiana é o único estado que disponibilizou seus créditos de carbono para que as companhias aéreas compram e reivindiquem contra suas obrigações CORSIA.

Foco na Índia

A Índia, uma das economias emergentes no cenário mundial hoje, é o terceiro maior usuário de petróleo, após os EUA e a China.

A Índia lançou a Aliança Global de Biocombustíveis para posicionar os biocombustíveis como chave para a transição energética e crescimento econômico. Isso inclui uma meta de mistura de 2% de SAF para voos internacionais até 2028, com políticas facilitadoras, como preços garantidos, e de capital para novos projetos e padrões técnicos.

A IATA trabalhará com a Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia (ISMA) e a Praj Industries Limited para fornecer orientações sobre as melhores práticas globais para avaliação do ciclo de vida do uso de matérias-primas no país.

Como o terceiro maior mercado global de aviação civil, a Índia pode fortalecer sua liderança em biocombustíveis com a adoção acelerada do SAF por meio de políticas progressivas.

Informações da IATA

O AEROIN está presente na IATA AGM 2025, trazendo todas as informações e novidades aos leitores. Clique aqui para conferir todos os conteúdos do evento.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.noticiasdoacre.com
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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