
A Boeing Company, classificada com nota “BBB-” pela Fitch Ratings, está fazendo progressos significativos na recuperação de suas operações após a greve, na redução do estoque legado e na gestão de suas cadeias de suprimento, diz um relatório recente emitido pela agência de classificação de risco.
Embora as crescentes tensões comerciais e geopolíticas apresentem riscos, a empresa tem demonstrado desempenho operacional consistente, melhoria de lucratividade e gestão equilibrada do balanço, que são vistos como os principais motores para sua classificação nos próximos dois anos.
Desde o término da greve e a captação de US$ 24 bilhões no final de 2024, a Boeing mostrou avanços na retomada das produções. A produção mensal do modelo 737 MAX já atinge uma média de entre 20 e 30 unidades, com a entrega de estoque legado em torno de 10 aeronaves por mês.
A Fitch acredita que este progresso inicial após a greve cria oportunidades para aumentar a produção para 38 unidades por mês no terceiro trimestre de 2025. Embora isso represente um pequeno atraso em relação às expectativas anteriores, outros marcos operacionais continuam dentro do cronograma.
Principais Marcos Operacionais da Boeing
Inventário Legado: A Boeing está trabalhando para reduzir o estoque dos modelos 737 MAX e 787, que deve resultar em um fluxo de caixa estimado em mais de US$ 10 bilhões entre 2024 e 2026.
Certificação do 737 MAX-7/-10: Necessária para entregar aproximadamente 35 aeronaves.
Produção do 737 MAX: O objetivo é estabelecer um ritmo operacional pós-greve que retorne os ganhos e fluxos de caixa aos níveis pré-greve até o terceiro trimestre de 2025.
Produção do 787: A meta é aumentar a produção para uma taxa de 10 unidades por mês, melhorando o perfil de produção e fluxo de caixa.
Produção do 777X: A certificação e aumento da produção estão programados para o primeiro semestre de 2026, como um motor chave para o crescimento.
Além disso, a Boeing concluiu a captação de recursos em 2024, permitindo a pré-quitação da maior parte das dívidas de 2025 e reduzindo a dívida bruta para cerca de US$ 53,9 bilhões no final de 2024.
Com caixa e investimentos em torno de US$ 26,3 bilhões, a empresa possui um considerável espaço financeiro para atender às necessidades de liquidez previstas em 2025, conforme as operações se estabilizam.
A Fitch projeta que a geração de fluxo de caixa livre (FCF) estará na casa dos bilhões de dólares até 2026, com a dívida bruta abaixo de US$ 50 bilhões e alavancagem de EBITDA inferior a 4x, adequando-se às tolerâncias de rating de grau de investimento.
Além disso, garantir capital não relacionado à dívida ajudaria a reduzir ainda mais o perfil financeiro da Boeing e a sustentar um movimento positivo nas classificações.
O relatório completo da Fitch Ratings pode ser lido no site da agência.